Começa a ser erguida no Parque Pontal, em Porto Alegre, uma instalação em homenagem aos heróis anônimos responsáveis por inúmeros resgates de vítimas das enchentes de maio deste ano no Rio Grande do Sul. O Monumento ao Voluntário Anônimo, criado por Siron Franco, de Goiânia, é uma iniciativa do Instituto de Estudos Empresariais (IEE) e será inaugurado no dia 2 de dezembro.
Monumento ao Voluntário Anônimo, criado por Siron Franco, é uma iniciativa do Instituto de Estudos Empresariais (IEE) e está instalado no Pontal Parque
Maria Amélia Vargas/Especial/JC
Esculpida em aço, a obra reproduz perfis de 15 homens e 15 mulheres de mãos dadas, simbolizando o trabalho daqueles que atuaram no auxílio à população durante um dos períodos mais trágicos da história gaúcha. Pesando cerca de 3 toneladas, chega a 27 metros de comprimento e 2 metros de altura.
Presidente do IEE, Paola Coser Magnani
TÂNIA MEINERZ/JC
“Valorizamos como Instituto a força do indivíduo. Assim, a gente capitaneou o monumento criado por um artista goiano. Escolhemos um nome de âmbito nacional porque a ajuda não veio só dos gaúchos. Claro que os gaúchos foram muito protagonistas, mas a gente viu carretas com mantimentos chegando do Brasil inteiro”, afirma a presidente do IEE, Paola Coser Magnani.
A dirigente salienta que a entidade conseguiu viabilizar com Franco toda parte de criação, e as despesas com transporte e com a matéria-prima ficou a cargo da instituição. De acordo com ela, o Pontal foi o local o local escolhido para a montagem pela importância que a região teve ao longo do processo de salvamento.
Integrante da primeira diretoria do Instituto de Estudos Emprsariais em 1984, Renato Malcon foi o curador da iniciativa de construção do monumento. Ele destaca o extenso currículo do artista escolhido para fazer a obra.
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O síndico do parque, João Gabriel Pretto, que vivenciou os momentos nos quais um número incontável de cidadãos reunia-se nas áreas livres para receber doações e recepcionar as pessoas que tiveram de sair às pressas das suas casas fala sobre o projeto: “Começamos no dia 4 de maio e fomos terminar no final do mês. O shopping mesmo, que está junto a um complexo, ficou 30 dias parado, com seus corredores transformados em locais de acolhimento de pessoas e animais. Era um barco atrás do outro chegando com mantimentos. Um momento difícil de esquecer”.
Renato Malcon, curador da iniciativa
TÂNIA MEINERZ/JC
De acordo com o artista que criou a obra, a ideia de fazer uma corrente humana reproduz o sentimento de solidariedade ao qual o Estado todo estava imbuído na época. Quando o IEE mostrou a ele o local da instalação, Franco conta que ficou encantado com a vista e com o fato de que as reproduções seriam espelhadas na parte externa no shopping. “A parte da fundação a gente não vê, então quando estiver pronta e a gente colocar tudo no nível, você verá ela solta em cima da grama”, explica o autor.