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Publicada em 09 de Novembro de 2024 às 17:43

Tempo seco e clima ameno levam multidão à Feira do Livro neste sábado

Sábado teve movimento intenso de público na Feira do Livro, impulsionando as vendas

Sábado teve movimento intenso de público na Feira do Livro, impulsionando as vendas

CLAUDIO MEDAGLIA/ESPECIAL/JC
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Claudio Medaglia
Claudio Medaglia Repórter
Um sábado de tempo seco e temperatura amena deu ares de leveza e descontração à Praça da Alfândega, no coração de Porto Alegre, onde ocorre a 70ª Feira do Livro da Capital. O ambiente acolhedor atraiu grande público já pela manhã, mas que se intensificou no início da tarde, enchendo os corredores, movimentando as bancas de livrarias e editoras e impulsionando vendas.
Um sábado de tempo seco e temperatura amena deu ares de leveza e descontração à Praça da Alfândega, no coração de Porto Alegre, onde ocorre a 70ª Feira do Livro da Capital. O ambiente acolhedor atraiu grande público já pela manhã, mas que se intensificou no início da tarde, enchendo os corredores, movimentando as bancas de livrarias e editoras e impulsionando vendas.
Uma festa para diferentes públicos, interessados em variados gêneros literários e de estímulo ao interesse pela leitura desde infância. Grupos de amigos, casais e famílias inteiras, incluindo pets, circularam pelo espaço. Donos de uma biblioteca com mais de 600 títulos em casa, o fisioterapeuta Lucas Flocke Hack e a professora Graziela Dias Flocke viajaram de Taquara, onde moram, para trazer o filho Theodoro, 2 anos, à feira. No colo do pai, o menino espichava os olhos sobre bancas, curioso e interessado.
Somos leitores habituais em casa. Gosto muito de literatura fantástica, mas outros gêneros também fazem parte do nosso contexto familiar. Nossos filhos mais velhos – temos outros três – também já estão se interessando bastante”, contou Graziela.
Autores gaúchos, romances e contos, encorpam o acervo da família. “Também usamos bastante o apoio de obras técnicas, para aprimorar conhecimento nas nossas áreas profissionais”, acrescentou Hack.
Em outro ponto do complexo, o agrônomo Sergio Tomasini e a professora de artes plásticas Luciane Campana Tomasini folheavam e comentavam as páginas de um título que contava, em quadrinhos, a história de Porto Alegre.
É um tipo de leitura que proporciona mais leveza e descontração. Torna a experiência ainda mais atrativa. Moramos aqui há cerca de 20 anos. E sempre procuramos freqüentar a feira e adquirir novos livros”, disse o agrônomo e professor de paisagismo.
O movimento provocou entusiasmo em Daice Fuhr, com mais de 40 anos na L&PM Editores. Entre o atendimento às perguntas dos leitores no espaço dos livros de bolso, ela avaliou como “ótimo” o evento deste ano. Apesar de verificar uma menor presença de público durante a semana, ela comemorou a praça cheia no sábado e os negócios em alta.
Esperamos vender mais unidades e também alcançar um faturamento mais alto do que na edição do ano passado. Sentar numa praça e ler uma obra física é mais gostoso do que navegar em um celular. Torço para que esse hábito volte a ganhar força”.
 Marina, de 4 anos, mergulhava nos desenhos de um livro infantil ao lado dos pais, Marcelo Pieniz e Gabriele Rigo Segalin | CLAUDIO MEDAGLIA/ESPECIAL/JC
Marina, de 4 anos, mergulhava nos desenhos de um livro infantil ao lado dos pais, Marcelo Pieniz e Gabriele Rigo Segalin CLAUDIO MEDAGLIA/ESPECIAL/JC
Enquanto a pequena Marina, de 4 anos, mergulhava nos desenhos de um livro infantil, os pais, Marcelo Pieniz e Gabriele Rigo Segalin, ambos analistas judiciários, observavam, sem interferir. Era a segunda experiência da família na feira. E um prazer para o trio.
A Marina tem grande interesse por livros. E nós incentivamos bastante. Mas trazê-la é também proporcionar a oportunidade de escolher. E isso torna a aventura mais atrativa. Em casa, estou sempre com alguma leitura. Ela vê, quer saber o assunto, olhar a capa”, contou a mãe, orgulhosa.
Gabriele não tinha o hábito de frequentar a Feira do Livro. Costuma adquirir os títulos pelos quais se interessa pela internet. “Mas estar aqui nos abre um universo. É bom demais”.
Pelo complexo também estavam o coordenador de engenharia Ângelo Peter, a projetista Fernanda Abreu e os filhos.
“É Luísa, com acento e ‘s’. Tenho 10 anos”, ensinou a menina.
“Eu sou o Samuel, 7anos”, sorriu o garotinho, com boné do Internacional na cabeça.
A turma veio de Esteio, passeou pelos pavilhões, fez compras, almoçou e voltou à feira.
“Todo ano estamos aqui. Adoramos a mostra. Em 2023, viemos de trem, com nossas capas de chuva, pois o tempo estava muito ruim. Mas não deixamos de estar aqui”, brincou Peter.
A leitura está no DNA da família. “Líamos para as crianças quando elas ainda não sabiam ler. Depois, a Luísa começou a ler para o irmão. Agora, todos podemos nos divertir e aprender”, concluiu Fernanda.
Nessa vibração de alegria, a Feira do Livro vai caminhando para um resultado de entusiasmar. A sensação se repete no estande da Livraria Martins Livreiro, que completa 70 anos em 2024, assim como a mostra. O gerente, Augusto Filippini, costuma comparar o desempenho ano a ano, e confirmou o momento positivo.
“Todos os anos, as vendas crescem. Para esta edição, traçamos uma meta, e estamos dentro dela. A Feira do Livro, neste ano, ajuda muito para que tenhamos um sentimento de que as coisas estão voltando ao normal, depois das enchentes, que inundaram inclusive esse local. Além do mais, os negócios gerados nesses 20 dias de evento equivalem a três ou quatro meses de vendas ao longo do ano. Pelo que estamos percebendo, será assim novamente”, comemorou.

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