Com foco no isolamento de lideranças do crime no Rio Grande do Sul, em especial as que estejam determinando a prática de homicídios, o governo estadual lançou ações estratégicas nesta segunda-feira (4). A iniciativa prevê a criação de um comitê, coordenado pela Secretaria de Segurança Pública, para avaliar em caso concreto a melhor medida a ser tomada com relação ao território gaúcho.
O anúncio foi feito pelo secretário da Segurança Pública, Sandro Caron, que participou do evento no Palácio Piratini. A iniciativa do governo do Estado tem a parceria do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul (TJ/RS) e do Ministério Público gaúcho, e sua divulgação contou com a presença do governador Eduardo Leite.
Segundo Caron, haverá a instalação de bloqueadores de celulares nos presídios. "Queremos isolar aqui no Estado as lideranças do crime organizado, sendo que, em especial, a prioridade será para as lideranças que determinarem a prática de homicídios", destaca. O secretário da Segurança Pública disse que a resposta do Estado vai ser dentro da lei e muito dura.
"Não vamos tolerar pessoas determinando a prática de homicídios no Rio Grande do Sul", acrescenta. Conforme Caron, a resposta vai envolver prisão de líderes, prisão do segundo escalão do crime organizado e ações de asfixia financeira com operações policiais de combate a lavagem de dinheiro e tráfico de drogas.
Além disso, as forças da segurança pública estarão atuando em áreas que concentrem números grandes de crimes contra a vida. Essas ações serão implementadas ainda este ano.
De acordo com Caron, as facções criminosas gaúchas não tem tanta interação com lideranças nacionais do crime organizado, como PCC, em São Paulo, e Comando Vermelho, no Rio de Janeiro. "O envio de presos para o sistema penitenciário federal será excepcional e será estudado caso a caso", comenta. Para o secretário, o envio de presos gaúchos deve ser evitado para presídios federais para não haver interação entre os criminosos. "Vamos asfixiar a questão financeiras da facções criminosas", comenta Caron.
O secretário do Sistema Socioeducativo e Penal, Henrique Viana, disse que haverá a instalação de bloqueadores de telefones celulares nos presídios e serão criadas mais 76 novas vagas na Penitenciária de Alta Segurança de Charqueadas (Pasc) para colocação de lideranças do crime organizado do Rio Grande do Sul. A estrutura conta, hoje, com 288 vagas.
"A ideia é impossibilitar a comunicação interna e externa dos presos", comenta. O secretário-executivo do RS Seguro, delegado Antônio Padilha, disse que será intensificado o combate à lavagem de dinheiro e ao tráfico de drogas. "Será um trabalho integrado entre o governo do Estado, o Poder Judiciário e o Ministério Público", acrescenta.