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Publicada em 11 de Outubro de 2024 às 01:25

Horário de verão pode provocar distúrbios do sono, afirma especialista

Pesquisador da Ufrgs, Denis Martinez acende alerta para os primeiros dias da transição

Pesquisador da Ufrgs, Denis Martinez acende alerta para os primeiros dias da transição

FREEPIK.COM/DIVULGAÇÃO/JC
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Gabriel Margonar
Gabriel Margonar Repórter
Suspenso desde 2021, o horário de verão pode ser retomada ainda no segundo semestre deste ano. Sob análise do Ministério de Minas e Energia e do presidente Lula, a pauta ganhou força em setembro, quando o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) recomendou-o devido à seca que assola o Brasil. Para especialistas da área da saúde, entretanto, o avanço de uma hora no relógio tende a ser negativo para a população.
Suspenso desde 2021, o horário de verão pode ser retomada ainda no segundo semestre deste ano. Sob análise do Ministério de Minas e Energia e do presidente Lula, a pauta ganhou força em setembro, quando o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) recomendou-o devido à seca que assola o Brasil. Para especialistas da área da saúde, entretanto, o avanço de uma hora no relógio tende a ser negativo para a população.
Segundo o diretor do Laboratório Interdisciplinar de Pesquisa em Sono da universidade Federal do Rio Grande do Sul (Ufrgs), Denis Martinez, os primeiros dias dessa transição costumam ser os piores, sendo marcados por uma queda abrupta no bem-estar pessoal e uma sensação constante de cansaço.
A problemática é referenda por um estudo publicado pela revista científica britânica Current Biology em 2020, com dados dos Estados Unidos, onde foi apontado um crescimento médio de 6% no risco de acidentes fatais de carro nas semanas em que ocorrem a implementação do horário de verão.
Com o passar dos meses, porém, esse sono - desregulado - dificilmente se recupera.
"Do ponto de vista médico, o horário de verão é extremamente prejudicial. Vivemos numa sociedade que dorme cada vez menos. Então, tirar uma hora de sono em um dia já é suficiente para a formação de distúrbios e complicações no organismo. Sem contar a questão da melatonina, que começa a ser liberada mais tarde, atrasando a sensação de sonolência", explica.
Em relação a doenças, o médico destaca os riscos envolvendo justamente os distúrbios do sono, como insônia, apneia, síndrome das pernas inquietas, entre outros. Mesmo não sendo sua área de pesquisa, também acende o alerta para a maior possibilidade de infartos e acidentes cardiovasculares - uma preocupação consolidada por parte de cardiologistas.
No Brasil, a definição sobre o retorno ou não do horário de verão será anunciada, no máximo, até a próxima semana, para dar margem de pelo menos 15 dias antes de sua implementação. Caso seja decretada, a mudança nos relógios deve valer da meia-noite do primeiro domingo de novembro até a meia-noite do terceiro domingo de fevereiro de 2025.
Perguntado sobre quais indicações daria aos brasileiros se houver o retorno desse horário, Martinez ressalta a manutenção dos hábitos noturnos. "A melhor forma de 'driblar' essa questão seria ignorando-a. Então, eu diria para que procurem ao máximo manter o mesmo horário de sono e viver os primeiros dias dessa mudança como se ela não tivesse acontecido", finaliza. 
 

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