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Publicada em 17 de Setembro de 2024 às 16:24

Pets podem ter complicações por fumaça presente no ar; saiba quais cuidados tomar

Recomendações principais envolvem hidratação, nutrição e evitar passeios ao ar livre

Recomendações principais envolvem hidratação, nutrição e evitar passeios ao ar livre

ISABELLE RIEGER/JC
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A fumaça que encobriu o Rio Grande do Sul proveniente de queimadas em diversas regiões do Brasil, apesar de ter tido pausa breve, deve retornar ao Estado nos próximos dias. A situação, que causou aumento de internações por síndromes respiratórias em humanos, pode também ocasionar problemas nos animais domésticos, como bronquites, pneumonias, e problemas oculares.
A fumaça que encobriu o Rio Grande do Sul proveniente de queimadas em diversas regiões do Brasil, apesar de ter tido pausa breve, deve retornar ao Estado nos próximos dias. A situação, que causou aumento de internações por síndromes respiratórias em humanos, pode também ocasionar problemas nos animais domésticos, como bronquites, pneumonias, e problemas oculares.
A médica veterinária Fernanda Tatsch aponta que, por ser formada por diversas partículas tóxicas, a fumaça atinge vários sistemas dos animais, irritando mucosas e causando danos substanciais no sistema respiratório dos pets. "Além do sistema respiratório, ela atinge também olhos e pele, causando uma série de irritações e danos. Falando de sistema respiratório, ao ser inalada, essa fumaça favorece um processo inflamatório nas vias aéreas bem importante, que gera uma dificuldade respiratória, podendo evoluir para casos mais graves. Ela também causa irritação nos olhos e na própria pele do animal, gerando um ressecamento.
Cuidados especiais como maior hidratação, melhor nutrição e evitar passeios ao ar livre são recomendados durante esses períodos, assim como observação. A médica veterinária Manuela Sulzbach, do Grupo Hospitalar Pet Support, reforça que as partículas finas podem afetar gravemente o sistema respiratório dos animais. "Pode levar a quadros como bronquites e pneumonias", aponta.
De acordo com a veterinária Fernanda, todos os animais são afetados, assim como os humanos, na medida em que todos respiram o mesmo ar. Mas, alguns sofrem um pouco mais. "Quando falamos de cães, os braquicefálicos, que são os que tem o focinho mais achatado, como o Pug e o Shih Tzu, sofrem mais. Eles já têm uma conformação diferente do sistema respiratório, de toda a região do trato respiratório, que dificulta a entrada de ar. Os animais idosos já não possuem um sistema imunológico tão fortalecido, e isso também acaba tendo um impacto maior, assim como os imunossuprimidos, animais com doenças crônicas que afetam diretamente o sistema imunológico", aponta a médica veterinária, salientando que animais muito jovens, como filhotes, que estão na fase de desenvolvimento do organismo, também acabam sofrendo mais com o ar tóxico.
Outra espécie que sofre bastante são as aves, o que exige especial atenção de tutores de calopsitas, canários, periquitos, papagaios, entre outras. "Fisiologicamente, o sistema respiratório delas é diferente dos mamíferos, favorecendo o aumento da concentração de gases no organismo, o que leva a um quadro de intoxicação muito importante, podendo evoluir, em um cenário mais grave, inclusive, ao óbito do animal por intoxicação", indica Fernanda.
Em relação às aves, a veterinária destaca que elas também apresentam sintomas de dificuldade respiratória e que, ao se observar as aves respirando de bico aberto, os tutores já devem redobrar a atenção, pois já se trata de uma emergência. "Elas ficam mais ofegantes, tem uma dificuldade respiratórioa muito importante, entram em um quadro de estresse grande, mudando de comportamento, inclusive, e que pode, evoluir para casos que exigem internação do animal e um controle mais severo", diz Fernanda Tatsch.
Manuela Sulzbach reforça que os tutores devem estar atentos a sinais que os animais emitem. Sintomas como sinais de desconforto respiratório, tosse persistente, dificuldade para respirar, espirros ou irritação nos olhos devem ser levados ao veterinário de forma imediata.
Segundo a profissional, caso seja necessário realizar passeios, o ideal seria fazê-los em horários em que a qualidade do ar esteja melhor, preferencialmente durante a manhã, ou à noite. Manuela também indica que a residência deve ser mantida ventilada, mas evitando deixar janelas e portas abertas para entrada de fumaça. "Utilize purificadores de ar com filtros para ajudar a reduzir a concentração de partículas no ambiente. Nebulizações com soro fisiológico podem auxiliar tanto humanos como os pets e são recomendadas para este período, principalmente para animais que já tenham doenças respiratórias crônicas ou predisposição", explica.
Manter os animais hidratados e com nutrição adequada também ajuda. Isso pode fortalecer o sistema imunológico e melhorar a resistência deles à condições adversas. Além disso, se possível, o recomendado é realizar uma revisão para garantir que a saúde do pet está em dia. Consultas regulares também propiciam que se verifique se o animal apresenta problemas respiratórios preexistentes que possam ser agravados pela fumaça.

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