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Publicada em 16 de Setembro de 2024 às 18:31

Concentração de partículas sólidas na chuva preta é sete vezes maior que a normal

Análise de metais e coliformes será divulgada pelo IPH na próxima quinta-feira (19)

Análise de metais e coliformes será divulgada pelo IPH na próxima quinta-feira (19)

DOUGLAS MAGNO/AFP/JC
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Fabrine Bartz
Fabrine Bartz Repórter
Na próxima quinta-feira (19), o Instituto de Pesquisas Hidráulicas (IPH) da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Ufrgs) divulgará os dados da análise de metais e coliformes na água da chuva preta. Os resultados preliminares mostram que a concentração de partículas sólidas do fenômeno, registrado em Porto Alegre na semana passada, é sete vezes maior do que a normal, indicando 187.  O IPH realizou a coleta das amostras em dois momentos diferentes do dia 12 de setembro, uma pela manhã e outra à tarde. Na literatura científica, em comparação com as chuvas normais, sem a presença de poluição na atmosfera, “os valores indicam que a concentração de sólidos totais e sólidos suspensos totais estão muito mais elevados. Às vezes cinco, seis e até sete vezes maior”, detalha o coordenador técnico do Laboratório de Saneamento, Louidi Lauer Albornoz.
Na próxima quinta-feira (19), o Instituto de Pesquisas Hidráulicas (IPH) da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Ufrgs) divulgará os dados da análise de metais e coliformes na água da chuva preta. Os resultados preliminares mostram que a concentração de partículas sólidas do fenômeno, registrado em Porto Alegre na semana passada, é sete vezes maior do que a normal, indicando 187. 

O IPH realizou a coleta das amostras em dois momentos diferentes do dia 12 de setembro, uma pela manhã e outra à tarde. Na literatura científica, em comparação com as chuvas normais, sem a presença de poluição na atmosfera, “os valores indicam que a concentração de sólidos totais e sólidos suspensos totais estão muito mais elevados. Às vezes cinco, seis e até sete vezes maior”, detalha o coordenador técnico do Laboratório de Saneamento, Louidi Lauer Albornoz.
Além da concentração de sólidos, a análise considerou pontos como a turbidez e a cor. Quanto menor a turbidez, mais cristalina e de melhor qualidade é a água. O valor encontrado na água da chuva preta foi de 89,9, enquanto o recomendado é de -1. Referente a cor, a análise preliminar sinaliza 100,3 mg/L Pt.Co. O parâmetro de consumo humano é -15.
Os metais, no entanto, podem estar associados aos sólidos e podem ficar aderidos na superfície. “Quando ele precipita, o sólido que chega ao solo não é apenas matéria orgânica, ele pode ter metais associados, que podem ser tóxicos à saúde humana e ao meio ambiente”, explica Albornoz.
Dessa forma, o impacto da chuva preta pode ser sentido tanto no contato direto, quanto no secundário, afetando, inclusive, os lençóis freáticos. Parâmetros inorgânicos como presença de íons, sódio, sulfato, cálcio e magnésio possuem um equilíbrio no solo, que pode ser afetado pela chuva em grande quantidade e pode provocar erosões, atingindo as plantações.

O que é a chuva preta

Provocada pela fumaça dos incêndios, principalmente na Amazônia, a chuva preta é um fenômeno que ocorre quando a fuligem e outras partículas presentes na atmosfera se misturam com a umidade. Além da coloração da chuva, a qualidade do ar preocupa os porto-alegrenses, que voltaram a utilizar máscaras.

O site suíço, IQAir, que monitora a qualidade do ar, aponta índice de 40 na tarde desta segunda-feira (16) em Porto Alegre, classificado como “bom”. No domingo, o mesmo painel apontava 35, o que indica um aumento da poluição atmosférica. Na última sexta-feira (13), a qualidade do ar estava como insalubre na capital gaúcha. Nos próximos dias, a qualidade do ar deve variar entre bom e moderado.

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