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Publicada em 16 de Setembro de 2024 às 17:44

Internações aumentam em Porto Alegre; principais causas são problemas respiratórios

Hospital São Lucas da Pucrs tem caso mais crítico na emergência adulta

Hospital São Lucas da Pucrs tem caso mais crítico na emergência adulta

EVANDRO OLIVEIRA/JC
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Thiago Müller
Thiago Müller Repórter
Emergências em hospitais e unidades de pronto atendimento (UPAs) pediátricas e adultas em Porto Alegre estão com superlotação. O sistema de saúde está com porcentagem de leitos ocupados em 200,8% para adultos e 140,7% para pediatria, com quadros diversos, conforme levantamento da Secretaria Municipal de Saúde (SMS). 
Emergências em hospitais e unidades de pronto atendimento (UPAs) pediátricas e adultas em Porto Alegre estão com superlotação. O sistema de saúde está com porcentagem de leitos ocupados em 200,8% para adultos e 140,7% para pediatria, com quadros diversos, conforme levantamento da Secretaria Municipal de Saúde (SMS). 
O órgão público havia registrado diminuição na taxa de ocupação no último sábado (14), mas os números voltaram a aumentar. Dados eram 187% e 83% para leitos adultos e pediátricos, respectivamente. A principal causa, segundo a SMS, segue sendo por questões respiratórias.
Ainda, conforme já apurado pelo Jornal do Comércio, a qualidade do ar de Porto Alegre deve se manter boa até quarta-feira (18). Porém, a partir da quinta-feira (19), as condições do tempo devem mudar por causa do reingresso do vento Noroeste, que deve trazer a fumaça dos incêndios florestais novamente ao Rio Grande do Sul.
Segundo o Coordenador Municipal de Urgências da SMS, Paulo Bobek, até sexta-feira (13), as solicitações para leito hospitalar por síndrome respiratória aguda grave ficaram na média de 90 na segunda-feira (9), 88 na terça-feira, e 104 na última quarta. Nesta segunda-feira (16), o número se mantém similar: 104 solicitações em Pronto Atendimentos, sendo 26% causas respiratórias. 
O profissional ressalta, porém, que não há como ligar um nexo causal entre a fumaça das queimadas e internações específicas. “Teria que ver caso a caso, a situação de cada pessoa, mas certamente a poluição atmosférica tem impacto importante sim na saúde da população”, justifica.
O caso mais crítico na emergência adulta é o Hospital São Lucas da Pucrs, com 360% de internação. São 10 leitos, 36 pacientes internados e 13 aguardando internação. O estabelecimento descreveu o caso na última semana: “Não notamos, ainda, aumento devido às fumaças, visto que o quadro de superlotação já está assim há algumas semanas”, relatou o hospital, em nota. Procurada, a fins de atualização, a instituição não se comunicou até a publicação desta reportagem.
O Hospital de Clínicas de Porto Alegre (HCPA) segue a mesma tendência dos outros invernos. Como os casos mais simples são atendidos em UPAs e UBSs, não houve aumento na procura em função de crise respiratória, sendo este um hospital de média e alta complexidade. Com 56 leitos, 124 pacientes internados e 22 aguardando, a lotação do hospital se encontra em 221,4%.
Santa Casa de Misericórdia, em contrapartida, está com 242,8% de ocupação. O hospital explicou que percebeu uma redução de atendimentos por doenças respiratórias, em comparação com a última semana, embora não tenha uma estimativa numérica.
Nas UPAs, a lotação varia de 100% no Pronto Atendimento da Lomba do Pinheiro, que estava em 237,5% na sexta-feira (13), e 422,2%, no Pronto Atendimento da Cruzeiro do Sul, sendo esses por motivos diversos, não abrangendo somente crises respiratórias.
"A Organização Mundial da Saúde relaciona que as doenças respiratórias, em torno de 20% a 30% delas, têm o impacto causado pela poluição atmosférica, e também mortes prematuras por doenças cardíacas e infarto em torno de 58%, e doenças pulmonares obstrutivas crônicas e broncopneumonias em torno de 18% podem ter sido afetadas e impactadas na questão de óbitos em função da poluição atmosférica”, explicou Bobek.
A SMS já havia emitido uma recomendação, na última terça-feira (10), em função dos cuidados pela permanência da fumaça das queimadas no ar. A questão é especialmente reiterada para crianças menores de cinco anos, idosos, pessoas asmáticas, diabéticas ou hipertensas e gestantes.

Confira as recomendações para toda a população

  • Se tiver sintomas respiratórios, busque atendimento médico o mais rápido possível;
  • Beber mais água e líquidos para manter o aparelho respiratório úmido e mais protegido;
  • Se possível, ficar menos tempo em ambiente aberto, durante o dia ou à noite;
  • Manter portas e janelas fechadas para diminuir a entrada da poluição externa no ambiente;
  • Evitar atividades em ambiente aberto enquanto durar o período crítico de contaminação do ar pela fumaça.

Recomendações a pessoas com problemas cardíacos, respiratórios e imunológicos:

  • Manter ao alcance os medicamentos indicados pelo médico, para uso em crises agudas;
  • Buscar imediatamente atendimento médico se apresentar sinais ou sintomas de piora das condições de saúde após exposição à fumaça;
  • Consultar o médico sobre a necessidade de mudar o seu tratamento.

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