Atualizada às 17h18min do dia 13/9/2024
Conhecida como a Capital Nacional do Balonismo, Torres, no Litoral Norte gaúcho, perdeu sua atividade característica temporariamente. Os balões não podem mais voar no céu da cidade desde agosto, o que impacta o turismo do município, enquanto não se resolve quem autoriza a divisão do espaço aéreo.
Isto ocorre porque, ao governo do Estado passar a administração do aeroporto à Infraero, mudaram as regras de tráfego aéreo. Agora, para a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) emitir o Notam (aviso aos aeronavegantes) liberando os voos, a empresa pública deve encaminhar o parecer favorável.
“No momento, não podemos voar porque o Notam não saiu”, reclama Rogério Daitx, presidente da Federação Gaúcha de Balonismo, ao contar que está em constante contato com a Infraero para resolver a questão.
Antes da troca da administração, o parecer — também chamado de carta de anuência —, permitindo os voos, era dado pelo Estado, o que já foi feito. “Não interferia, pois era um aeródromo”, compara Daitx. O aeroporto de Torres, agora, receberá voos comerciais, o que aumentará o fluxo.

Evento de assinatura de ordens de serviço para renovação do Aeroporto de Torres ocorreu nesta semana
TÂNIA MEINERZ/JC
“Temos que saber quem vai dar a aprovação, quem vai dar anuência. Até isso acontecer, não voamos. Nem nós, nem paraquedas, nem a escola de aviação do aeroporto”, lamenta. Caso os pilotos descumpram as regras, eles podem ser presos.
Para o presidente da federação, a situação é revoltante e angustiante por se tratar de uma cidade tão vinculada aos balões, inclusive economicamente. A alternativa é voar na Praia Grande, em Santa Catarina, considerado um destino concorrente pelo setor. “Nada é igual voar em Torres”, compara Daitx.
Em um fim de semana comum, é registrada uma média de 12 voos de balões em Torres, o que movimenta o turismo. Sem contar com o tradicional Festival Internacional do Balonismo, que leva milhares de curiosos à cidade. Há, ainda, o lado esportivo da atividade. Daitx, por exemplo, é atleta patrocinado, e está impedido de treinar para competições.
O profissional tem esperança que a autorização saia até o fim do mês e vê com bons olhos a questão da organização, até pela segurança de todos.
O que diz a Infraero
Durante a assinatura das três primeiras ordens de serviço que dão início às obras necessárias para a operação de voos comerciais no aeroporto de Torres, o presidente da Infraero, Rogério Amado Barzellay, e o diretor de projeto da Secretaria de Reconstrução do RS, Milton Zuanazzi, falaram sobre o assunto e garantiram que o aeroporto não irá impedir as atividades de balonismo. "O espaço aéreo é imenso. O regulamento favorece os esportes aéreos", disse Zuanazzi.
“A Infraero esclarece que a transição operacional do Aeroporto de Torres do Estado do Rio Grande do Sul para a Companhia está em andamento, com prazo de até 120 dias, conforme Portaria nº 422, de 2 de setembro de 2024. Até a conclusão do processo, o Aeroporto de Torres continua sob administração e responsabilidade do Estado do Rio Grande do Sul.
Por fim, a Infraero esclarece que até a presente data não foi contatada formalmente pela Federação Gaúcha de Balonismo e se coloca à disposição para futuras tratativas.”
Por fim, a Infraero esclarece que até a presente data não foi contatada formalmente pela Federação Gaúcha de Balonismo e se coloca à disposição para futuras tratativas.”