Porto Alegre,

Anuncie no JC
Assine agora

Publicada em 10 de Setembro de 2024 às 19:00

Pneumologista alerta para qualidade do ar no RS; veja como se proteger

Além de afetar o próprio meio ambiente, poluição pode agravar diversos problemas respiratórios

Além de afetar o próprio meio ambiente, poluição pode agravar diversos problemas respiratórios

THAYNÁ WEISSBACH/JC
Compartilhe:
João Pedro Flores Repórter
A fumaça de queimadas que ocorrem em diversas regiões do País já há algum tempo cobre também o Rio Grande do Sul. O ar adquiriu uma concentração maior de poluentes, afetando diretamente a saúde de quem o respira.A pneumologista do Hospital Moinhos de Vento Amanda Guimarães explica que os incêndios florestais liberam substâncias tóxicas como formaldeído, monóxido e dióxido de carbono, e destaca o chamado material particulado fino, que, em razão do seu tamanho microscópico, consegue chegar com facilidade aos alvéolos pulmonares, onde ocorrem as trocas gasosas.
A fumaça de queimadas que ocorrem em diversas regiões do País já há algum tempo cobre também o Rio Grande do Sul. O ar adquiriu uma concentração maior de poluentes, afetando diretamente a saúde de quem o respira.

A pneumologista do Hospital Moinhos de Vento Amanda Guimarães explica que os incêndios florestais liberam substâncias tóxicas como formaldeído, monóxido e dióxido de carbono, e destaca o chamado material particulado fino, que, em razão do seu tamanho microscópico, consegue chegar com facilidade aos alvéolos pulmonares, onde ocorrem as trocas gasosas.
• LEIA TAMBÉM: Dino determina ao governo Lula a convocação de bombeiros contra queimadas

“Ele acaba gerando uma reação inflamatória nas vias aéreas e alguns sintomas, especialmente em pacientes que têm doenças respiratórias predisponentes”, afirma a médica, citando que quadros de asma ou de doença pulmonar obstrutiva crônica, por exemplo, podem ser agravados a partir da inalação dos poluentes, causando piora em problemas como tosse, falta de ar e chiado no peito.

Pessoas sem diagnósticos prévios também podem apresentar sintomas como os de uma crise de asma devido à inalação da fumaça. "É bem importante frisar que essa é uma época que temos aumento de infecções respiratórias, [...] então isso pode se confundir com os efeitos causados pela fumaça”, comenta Amanda, que reforça a necessidade da busca por atendimento médico.

A respeito de grupos mais suscetíveis, a pneumologista aponta que, em tese, ambos os sexos estão igualmente propensos aos efeitos da fumaça, e que complicações podem se dar por conta da idade — idosos com mais de 65 anos e crianças correm maior risco — e das condições do local de trabalho — quem passa mais tempo ao ar livre se expõe mais à poluição —, além da preexistência de doenças respiratórias ou cardiovasculares.
Também a proximidade do local de emissão da fumaça, a quantidade inalada e os tipos de materiais envolvidos na reação de queima podem alterar o quão graves serão os quadros dos pacientes.

Cuidados com a qualidade do ar

Nesta terça-feira (10), o Ministério da Saúde publicou recomendações para que problemas causados pela fumaça sejam evitados. Além da diminuição do tempo em ambientes abertos, para menor exposição aos poluentes, a hidratação constante é de grande importância, uma vez que as mucosas nasais, orais e oculares podem enfrentar secura e irritação em contato com as substâncias tóxicas.
Para quem já sofre de problemas cardíacos, respiratórios ou imunológicos, o direcionamento é que a assistência médica seja reforçada, para indicações específicas e até mesmo mudanças nos tratamentos existentes.
Amanda também comenta sobre o uso de máscaras. "Não tem uma recomendação geral, é avaliado cada caso", afirma. Vale ressaltar que pessoas que precisam utilizar máscaras devem ainda atentar ao tipo de equipamento, dando preferência a máscaras que filtrem o material particulado fino, como as N95 ou PFF2, mais eficientes, por exemplo, que máscaras cirúrgicas simples.

Notícias relacionadas