A assistência prestada aos animais arrastados pela força da água, perdidos ou em cima de telhados, como é o caso do cavalo Caramelo - um dos símbolos de resistência das enchentes que atingiram o Rio Grande do Sul -, reforça o trabalho realizado pelos médicos-veterinários, profissão celebrada na próxima segunda-feira (9). Ao todo, 20 mil animais ficaram em abrigos no momento de pico das cheias, segundo a secretaria do Meio Ambiente e Infraestrutura (Sema).
“O período mostrou a problemática dos animais, a diferença entre o profissional treinado para tratar dos animais vítimas de uma enchente, o próprio resgate dos animais e a questão de saúde pública”, destaca o presidente do Conselho Regional de Medicina Veterinária do Estado do Rio Grande do Sul (CRMV-RS), Mauro Moreira. Além de resgatar e tratar, os profissionais ficaram responsáveis por abrigar os animais.
“O período mostrou a problemática dos animais, a diferença entre o profissional treinado para tratar dos animais vítimas de uma enchente, o próprio resgate dos animais e a questão de saúde pública”, destaca o presidente do Conselho Regional de Medicina Veterinária do Estado do Rio Grande do Sul (CRMV-RS), Mauro Moreira. Além de resgatar e tratar, os profissionais ficaram responsáveis por abrigar os animais.
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Durante os meses de cheia, por meio do Comitê de Crise do CRMV-RS, mais de 600 médicos-veterinários e zootecnistas voluntários de todo o Brasil foram direcionados às regiões atingidas. “São colegas que estão treinados para fazer os resgates. São pessoas aptas para entrar dentro das águas e moverem o animal. Muitas vezes, o médico-veterinário queria ajudar, mas ele não tinha o treinamento necessário”, complementa Moreira.
Nos próximos meses, está previsto um treinamento dos profissionais do Estado, realizado por um dos grupos que auxiliou nos salvamentos. “Queremos criar uma equipe para quando houver situações como essa, esperamos que não aconteça, tenhamos pessoas treinadas para oferecer esse recurso”.
O CRMV-RS atuou diretamente no Centro de Acolhimento Palmira Gobbi, em Canoas. Foram 2,5 mil animais resgatados por voluntários, médicos-veterinários e ONGs. Além disso, as equipes atuaram em Viamão, no Centro de Distribuição de Rações, onde foram disponibilizadas mais de 150 toneladas de alimentos aos pets.
Nos próximos meses, está previsto um treinamento dos profissionais do Estado, realizado por um dos grupos que auxiliou nos salvamentos. “Queremos criar uma equipe para quando houver situações como essa, esperamos que não aconteça, tenhamos pessoas treinadas para oferecer esse recurso”.
O CRMV-RS atuou diretamente no Centro de Acolhimento Palmira Gobbi, em Canoas. Foram 2,5 mil animais resgatados por voluntários, médicos-veterinários e ONGs. Além disso, as equipes atuaram em Viamão, no Centro de Distribuição de Rações, onde foram disponibilizadas mais de 150 toneladas de alimentos aos pets.
Passados quatro meses desde o evento climático, 3.569 animais, entre cachorros, gatos e suínos, seguem em 45 abrigos do Estado. Diferentes ações de adoção estão em andamento, como a campanha publicitária Adote um Bichinho, que também é direcionada aos estados de Santa Catarina, Paraná e São Paulo.
Nos próximos três finais de semana, o Ministério Público do Rio Grande do Sul (MP-RS), juntamente com outros órgãos envolvidos na causa animal, promove o Piquete Adochê. O objetivo da iniciativa é reunir em um único local animais de diversas campanhas de adoção de animais desabrigados pelas enchentes. O evento acontece no estacionamento da sede do MP-RS, localizada na avenida Aureliano de Figueiredo Pinto, nº 80.
Nos próximos três finais de semana, o Ministério Público do Rio Grande do Sul (MP-RS), juntamente com outros órgãos envolvidos na causa animal, promove o Piquete Adochê. O objetivo da iniciativa é reunir em um único local animais de diversas campanhas de adoção de animais desabrigados pelas enchentes. O evento acontece no estacionamento da sede do MP-RS, localizada na avenida Aureliano de Figueiredo Pinto, nº 80.
Estima-se que 1,6 mil cavalos foram retirados das inundações
O resgate de cavalos em situação inédita, na qual os animais ficaram com grande parte do corpo submerso, resultou nos primeiros diagnósticos da Síndrome de Imersão no Brasil. Até então, a doença era mais comum em humanos – os primeiros casos ocorreram entre soldados que permaneciam por longos períodos em trincheiras alagadas. Já em animais, os primeiros casos foram diagnosticados na tragédia de Nova Orleans, nos Estados Unidos.
Dos 15 cavalos diagnosticados com Síndrome de Imersão, cinco precisaram ser sacrificados, a pedido dos tutores que entenderam que os animais estavam em grande sofrimento. Segundo o governo do Estado, estima-se que 1,6 mil equinos foram retirados das inundações, com destaque para o cavalo Caramelo - que ficou 24 horas aguardando resgate.
“Tem animais que são mais suscetíveis a ficar com um certo trauma, alguns ficam mais arredios. Aqueles que ficaram mais tempo dentro da água podem ter algum tipo de reflexo”, menciona o presidente do CRMV-RS. Devido às graves lesões de pele causadas pelo longo tempo de submersão, a Síndrome de Imersão pode provocar danos neurovasculares irreversíveis nos animais, principalmente pela penetração de bactérias na corrente sanguínea.
O ressecamento acelerado da pele, que em alguns casos resultou em necrose, gerou lesões microvasculares profundas, o que facilitou a invasão bacteriana. Para evitar o agravamento do quadro, a equipe de veterinários intensificou o tratamento das feridas com o auxílio de medicamentos doados, em uma força-tarefa que contou com o apoio de diversas pessoas da iniciativa privada e do setor público.
Dos 15 cavalos diagnosticados com Síndrome de Imersão, cinco precisaram ser sacrificados, a pedido dos tutores que entenderam que os animais estavam em grande sofrimento. Segundo o governo do Estado, estima-se que 1,6 mil equinos foram retirados das inundações, com destaque para o cavalo Caramelo - que ficou 24 horas aguardando resgate.
“Tem animais que são mais suscetíveis a ficar com um certo trauma, alguns ficam mais arredios. Aqueles que ficaram mais tempo dentro da água podem ter algum tipo de reflexo”, menciona o presidente do CRMV-RS. Devido às graves lesões de pele causadas pelo longo tempo de submersão, a Síndrome de Imersão pode provocar danos neurovasculares irreversíveis nos animais, principalmente pela penetração de bactérias na corrente sanguínea.
O ressecamento acelerado da pele, que em alguns casos resultou em necrose, gerou lesões microvasculares profundas, o que facilitou a invasão bacteriana. Para evitar o agravamento do quadro, a equipe de veterinários intensificou o tratamento das feridas com o auxílio de medicamentos doados, em uma força-tarefa que contou com o apoio de diversas pessoas da iniciativa privada e do setor público.