É lenta a recuperação de tudo aquilo que foi destruído no município de Muçum, localizado no Vale do Taquari, atingido gravemente por eventos climáticos. O prefeito de Muçum, Mateus Trojan informa que essa lentidão no processo de recuperação está associada à reincidência desses fenômenos climáticos e, principalmente, por conta do esgotamento da capacidade de endividamento, tanto das empresas locais quanto das famílias resistentes em Muçum, que foram prejudicadas de alguma maneira pelas enchentes.
“Obviamente, o município também observa que houve uma perda de renda local e da movimentação (econômica), porém, gradativamente, os estabelecimentos estão retomando as suas atividades, em novos pontos mais distantes das áreas com ocorrência de riscos de inundação”, explica Trojan.
Área de terra desapropriada para reassentar empresas
O prefeito informa também que as empresas de Muçum estão recebendo uma área de terra, que foi desapropriada pelo município, para se instalarem. “São ao todo três áreas de terra desapropriadas, uma delas será especificamente para empresas, as demais serão destinadas a construção de casas para os desabrigados pelas enchentes em setembro de 2023. Essa três áreas contém 13 lotes desapropriados."
"Essas áreas estão localizadas fora do risco de enchentes e servirão para contemplar empresas do município que estavam na mancha da inundação”, destaca. Trojan diz que se não fosse adotada essa política, Muçum acabaria perdendo essas fábricas para outros municípios.
Trojan detalha que a principal empresa no município, a Couros Bom Retiro, reduziu a sua produção em função dos fenômenos climáticos, e ainda não definiu sobre a permanência ou não das atividades no local. Segundo ele, a empresa mantém, no momento, uma linha de produção com cerca de 80 a 100 funcionários atuando.
A redução de mão de obra na empresa, como explica o prefeito, é bastante significativa. “A Couros Bom Retiro era responsável, em um período recente, pelo emprego de aproximadamente 500 funcionários”, acrescenta.