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Publicada em 03 de Setembro de 2024 às 20:09

Com o fim do 0800, TelessaúdeRS continua com serviços financiados pela SES

Atendimentos no RS eram realizados por 40 profissionais, dos quais 15 foram desligados

Atendimentos no RS eram realizados por 40 profissionais, dos quais 15 foram desligados

Divulgação/Telessaúde-Ufrgs/JC
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Fabrine Bartz
Fabrine Bartz Repórter
O TelessaúdeRS, serviço ligado à faculdade de medicina da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Ufrgs) e destinado ao atendimento de equipes da Atenção Primária à Saúde (APS), se despediu do 0800 nacional na última sexta-feira (30). Os serviços financiados pela Secretaria de Saúde do Rio Grande do Sul (SES) seguem, no entanto, disponíveis para profissionais que atuam no estado.Até então, o Telessaúde era mantido por dois convênios, um pelo governo do Estado e outro pelo governo federal. No governo do RS é realizada busca pela regulação das filas de espera por especialistas - por meio de consultas oftalmológicas, atendimentos direcionados a doenças respiratórias e lesões de boca. 
O TelessaúdeRS, serviço ligado à faculdade de medicina da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Ufrgs) e destinado ao atendimento de equipes da Atenção Primária à Saúde (APS), se despediu do 0800 nacional na última sexta-feira (30). Os serviços financiados pela Secretaria de Saúde do Rio Grande do Sul (SES) seguem, no entanto, disponíveis para profissionais que atuam no estado.

Até então, o Telessaúde era mantido por dois convênios, um pelo governo do Estado e outro pelo governo federal. No governo do RS é realizada busca pela regulação das filas de espera por especialistas - por meio de consultas oftalmológicas, atendimentos direcionados a doenças respiratórias e lesões de boca. 
“O convênio com o Ministério da Saúde era destinado para atendermos ligações e darmos consultorias para médicos, enfermeiros e dentistas do Brasil inteiro, não apenas do Estado. O serviço era destinado, principalmente, na tomada de decisões, auxiliando os médicos a melhorarem os atendimentos”, detalha o médico Roberto Umpierre, coordenador-geral do TelessaúdeRS.

Ao todo, foram realizados 450 mil atendimentos pela plataforma no SUS. Por meio das consultorias, mais de 26 mil profissionais de saúde de 2.850 municípios do Brasil receberam suporte clínico especializado.
O imbróglio para manter o sistema em operação junto ao Ministério da Saúde (MS) ocorre há mais de um ano. Desde março de 2023, o tema é tratado entre as equipes do TelessaúdeRS, a Secretaria de Atenção Primária e a Secretaria de Saúde Digital. Inicialmente, o prazo para término do convênio estava previsto para junho do mesmo ano.

“Buscamos um convênio que fosse mais duradouro, com dois ou três anos. Eles nos disseram que precisariam de mais tempo, pois os atendimentos poderiam ser transferidos para nova secretaria”, lembra Umpierre. Dessa forma, o convênio foi renovado de julho a dezembro de 2023. Outras duas prorrogações ocorrem até a resposta definitiva no mês de julho.

No anúncio do encerramento nas redes sociais, mais de 1,5 mil mensagens demonstram a insatisfação da população com o fim dos atendimentos. Entre questionamentos sobre o fim das operações, os comentários variam de “perda inestimável para o Sul", "lamentável”, a "retrocesso”.

Diferentes órgãos relacionados à saúde do Brasil se manifestaram por meio de nota. A Sociedade Brasileira de Medicina de Família e Comunidade (SBMFC) expressou preocupação com o recente encerramento do financiamento federal ao TelessaúdeRS. “A SBMFC acredita que o desinvestimento no TelessaúdeRS é um retrocesso no fortalecimento da APS, pilar essencial para a equidade e universalidade do SUS. A capacidade de resposta rápida e eficiente que o TelessaúdeRS proporciona é fundamental para enfrentar os desafios de saúde pública em um país continental como o Brasil."

Quem liga para o 0800 644 6543 de fora do Rio Grande do Sul, mas é do Estado, recebe uma mensagem indicando que o serviço está fora de operação. Já quem liga de dentro do território gaúcho é direcionado ao RegulaSUS, uma parceria entre a SES e o TelessaúdeRS. O horário de atendimento é das 8h às 17h e as 300 publicações seguem disponíveis.

Já para os pacientes, o impacto está nos encaminhamentos. A cada seis mil ligações, eram evitados quatro mil encaminhamentos. “O médico que ligava buscando informações era encaminhado para o especialistas. Se é um paciente que está na Amazônia, isso significa três dias em uma viagem de barco”, explica Umpierre.

O serviço no RS era realizado por 40 profissionais, dos quais 15 foram desligados. O restante, no entanto, foi remanejado para o RegulaSUS.

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