A enchente de maio de 2024 em Porto Alegre atingiu a marca de 5,37m na estação Cais Mauá C6 nas proximidades da Estação Rodoviária conforme a medição oficial realizada pelo Serviço Geológico do Brasil (SGB). No pórtico central do Cais Mauá, em frente a avenida Sepúlveda, foi registrada a marca de 5,12m - 45 cm a mais em relação a placa de 1941. A terceira medição foi feita na Usina do Gasômetro que registrou 4,59 metros. As três medições foram realizadas no dia 5 maio.
Os dados foram divulgados pela equipe do (SGB). Os resultados fazem parte do trabalho: "Avaliação Indireta do Nível Máximo do Guaíba na Região Central de Porto Alegre, entre as estações Cais Mauá C6 e Usina do Gasômetro", realizado com a articulação da Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA) e apoio do Exército Brasileiro.
Assim, os novos dados oficiais também mudam a altura máxima da cheia de 1941, que a agora passa a ser 4,67m e não mais os 4,76m que era a marca indicada até agora.
Equipe do Serviço Geológico do Brasil (SGB) realizou a divulgação dos dados da medição das enchentes: os chefes da Divisão de Hidrologia Aplicada, engenheiro Emanuel Duarte Silva, engenheira Andrea Germano, do Departamento de Hidrologia da Superintendência Regional e o engenheiro Franco Buffon, do Departamento de Hidrologia do SGB
Tânia Meinerz/JC
A marca de 5,37m se refere ao ponto no Cais Mauá onde havia uma régua automática de medição do Guaíba colocada pela Secretaria do Meio Ambiente e Infraestrutura (Sema) vinculada ao governo do Estado. A régua foi levada pelas águas da enchente no dia 2 de maio, deixando a Capital sem dados oficiais da cheia e impedindo a observação direta do pico da cheia. As equipes da SGB foram de barco até o local colocar uma nova régua. Os técnicos do SGB primeiro analisaram as marcas deixadas pela enchente de maio nas edificações do Cais e, depois, mediram as marcações em relação a referenciais já conhecidos.
De acordo com o engenheiro Franco Buffon, chefe da superintendência regional da SGB, no começo da enchente foi perdida a régua da estação no armazém C6 do Cais Mauá, de responsabilidade da Sema, que era fonte de monitoramento. "Tivemos que esperar a água baixar para conseguirmos identificar as marcas nas paredes, vidraças e demais estruturas do Cais", recorda. Já o engenheiro Emanuel Silva, chefe da Divisão de Hidrologia Aplicada, as equipes fizeram medições nas paredes, vidraças, em qualquer lugar em que ficou registrado o nível máximo das águas resultado das enchentes de maio de 2024.
A engenheira Andrea Germano, do Departamento de Hidrologia do SGB, disse que no Pórtico Central do Cais Mauá, a enchente de maio de 2024 atingiu o pico de 5,12m. "A placa de medição da enchente de 1941 está afixada no Pórtico Central. A cheia de maio de 2024 resultou em uma coluna de água de 45cm maior do que a da enchente de 1941", acrescenta. A medição e a realização dos cálculos foram realizadas em parceria com o Exército Brasileiro e com a Agência Nacional de Águas (ANA).
No pórtico do Cais Mauá, foi feita a medição de 5,12 metros pela equipe do Serviço Geológico do Brasil (SGB)
Tânia Meinerz/JC
Conforme Andrea Germano, o SGB opera hoje no Brasil 3,5 mil pontos de monitoramento com dados dos níveis de rios, de vazões e de chuva que beneficia oito milhões de pessoas no País. De acordo com Buffon, a estação Gasômetro vai operar de forma definitiva na Capital, e segundo ele, a Sema vai recuperar a estação no Cais Mauá C6. "Com essa recuperação, teremos dois pontos com transmissão em tempo real na cidade para realizar o monitoramento de cheias", destaca.
Os dados oficiais foram divulgados nesta terça-feira (3) pelos chefes da Superintendência Regional de Porto Alegre, engenheiro Franco Buffon; do Departamento de Hidrologia do SGB, engenheira Andrea Germano; e da Divisão de Hidrologia Aplicada, engenheiro Emanuel Silva.