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Publicada em 26 de Agosto de 2024 às 18:19

Quatro meses após incêndio, prefeitura de Porto Alegre acolhe pessoas em unidades da Garoa

Incêndio em pousada no Centro de Porto Alegre completa quatro meses nesta segunda-feira

Incêndio em pousada no Centro de Porto Alegre completa quatro meses nesta segunda-feira

THAYNÁ WEISSBACH/JC
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Fabrine Bartz
Fabrine Bartz Repórter
Quatro meses depois do incêndio na Pousada Garoa, localizada na avenida Farrapos, no Centro de Porto Alegre, a prefeitura ainda mantém o contrato com a rede de hospedagem. Entre maio e julho, mais de R$ 340 mil foram empenhados à Garoa, segundo o Portal da Transparência, e quem circula pela cidade ainda encontra panfletos que chamam para o endereço onde 11 pessoas morreram e outras 14 ficaram feridas, no dia 26 de abril.
Quatro meses depois do incêndio na Pousada Garoa, localizada na avenida Farrapos, no Centro de Porto Alegre, a prefeitura ainda mantém o contrato com a rede de hospedagem. Entre maio e julho, mais de R$ 340 mil foram empenhados à Garoa, segundo o Portal da Transparência, e quem circula pela cidade ainda encontra panfletos que chamam para o endereço onde 11 pessoas morreram e outras 14 ficaram feridas, no dia 26 de abril.
No período de um mês, o número de pessoas abrigadas pelo município na rede Garoa caiu de 40 para 19, segundo a Secretaria Municipal de Desenvolvimento Social (SMDS). No entanto, o Ministério Público do Rio Grande do Sul (MP-RS) aguarda a comprovação das melhorias solicitadas nas unidades e lista de onde estão localizadas as pessoas.
O próprio relatório da prefeitura identificou problemas estruturais, de higiene e de segurança em parte das 23 unidades da empresa. Conforme o promotor de Justiça dos Direitos Humanos de Porto Alegre, Leonardo Guarise Barrios, “o MP-RS encaminhou um documento à prefeitura questionando se as melhorias foram feitas. Caso contrário, aquele não poderá ser mais utilizado pelo Município”.

Em nota, a SMDS esclareceu que as 19 pessoas que ainda estão acolhidas “serão transferidas para uma nova casa de passagem da Fundação de Assistência Social e Cidadania (Fasc), com 50 vagas, prevista para abrir até o fim de setembro”. Até então, os indivíduos estão distribuídos em quatro unidades da rede. Desde o dia do incêndio na unidade localizada no centro da cidade, 280 pessoas foram encaminhadas para outras modalidades de acolhimento, retornaram para suas famílias ou permanecem em albergues e alojamentos provisórios.
Residindo, atualmente, em uma casa alugada no bairro Ponta Grossa, na Zona Sul, Luiz Henrique da Fontoura e a esposa, sobreviventes do incêndio, recebem suporte principalmente por meio do Centro de Referência Especializado para População em Situação de Rua (POP). No primeiro momento, ambos foram transferidos para unidade na avenida Benjamin Constant, no bairro São João. Porém, o casal enfrentou também os impactos das enchentes de maio. Com a chegada da água, foram transferidos para um abrigo no bairro Ponta Grossa.

Embora o casal receba auxílio com a moradia, não houve procura referente às investigações, lamenta Luiz Henrique. “Passamos mais ou menos um mês no abrigo, saímos na metade de maio. Recebemos R$ 500 da prefeitura, mas, desde o incêndio, não fomos procurados. A minha assistente social me mantém informada, fora isso, ninguém”.

Segundo a SMDS, a Investigação Preliminar Sumária (IPS), para apurar os fatos no âmbito da prefeitura sobre o contrato com a Garoa, está em andamento, com depoimentos e análise de documentos. A Polícia Civil também investiga o incêndio e a origem do fogo segue desconhecida. Há pouco mais de um mês, o espaço na avenida Farrapos foi tampado com uma lona azul.

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