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Publicada em 08 de Agosto de 2024 às 18:00

Governo do Estado desiste da criação de dois Centros Humanitários de Acolhimento

Das 2.771 pessoas desabrigadas, 590 estão em Porto Alegre

Das 2.771 pessoas desabrigadas, 590 estão em Porto Alegre

THAYNÁ WEISSBACH/JC
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Fabrine Bartz
Fabrine Bartz Repórter
Das cinco “cidades provisórias” previstas pelo governo do Rio Grande do Sul como alternativa para as pessoas afetadas pela enchente, três foram instaladas - duas em Canoas e uma em Porto Alegre. Devido ao número atual de desabrigados (2.771), as outras duas estruturas não serão instaladas. 

As unidades seriam instaladas no estacionamento do Complexo Cultural Porto Seco, na Zona Norte, e no Centro de Eventos Ervino Besson, na Zona Sul, ambos na Capital. A justificativa do governo do Estado é que os três Centros Humanitários de Acolhimento (CHAs) já existentes já atendem a demanda atual de desabrigados. Somadas, o número de vagas chega a 2,3 mil.
O primeiro CHA inaugurado foi em Canoas, no começo de julho, próximo à Refinaria Alberto Pasqualini (Refap), com capacidade para 600 pessoas. O segundo, no entanto, foi aberto atrás do Centro Vida, localizado na Zona Norte, e atende a 850 indivíduos. A estrutura mais recente é o CHA Esperança, em Canoas, que também conta com capacidade para atender 850 pessoas. Em nota, o governo gaúcho ressaltou que tem condições de instalar outras unidades, se necessário.

Mais de 100 dias depois, 590 pessoas ainda estão em abrigos de Porto Alegre

Das 2.771 pessoas que ainda estão desabrigadas, a maioria pertence a Porto Alegre (590) e Canoas (502), conforme o monitoramento de abrigos da secretaria estadual de Desenvolvimento Social. Na Capital, o cenário se desdobra em 317 pessoas no Centro de Acolhimento Vida, enquanto o restante da população está em dez abrigos.

Segundo o secretário-adjunto da Secretaria Municipal de Desenvolvimento (SMDS), Lucas Vasconcellos, o abrigo no Instituto Social Pertence, na zona Leste, será desmobilizado nos próximos dias e as 48 pessoas serão transferidas para o Centro Vida. Já o abrigo da Igreja Brasa, localizado na Zona Norte, será mantido com a iniciativa privada. Atualmente, 43 pessoas estão no local. Os outros oito abrigos são nichados e contratados pela Fundação de Assistência Social (Fasc).

“A prefeitura entende o quanto o Centro Humanitário é uma estrutura qualificada e realiza ações de oferta ao centro, porque ainda tem pessoas em situações precárias de habitabilidade, mas fazem questão de estarem em suas residências”, complementa Vasconcellos. As últimas ações foram realizadas na Região das Ilhas e no bairro Sarandi.
Conforme o adjunto da SMDS, além do Centro Vida, o programa Estadia Solidária, que oferece R$ 1 mil por mês, possibilitou o retorno das famílias para suas residências. Outro fator que contribui para o número de pessoas em abrigos é a resistência em, novamente, trocar de local. No momento de pico da enchente, Porto Alegre abriu 195 abrigos com mais de 16 mil pessoas.

Podem ser transferidas para o Centros de Acolhimento, as pessoas que estão nos abrigos emergenciais cadastrados, além daquelas que se enquadram no perfil de vulnerabilidade mapeadas pela assistência social. Os centros também acolhem pessoas com as casas destruídas (sem possibilidade de retorno), casas em área de risco e indivíduos sem outro auxílio ou projeto governamental.

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