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Publicada em 02 de Agosto de 2024 às 13:26

Fechamento da maternidade do Hospital Mãe de Deus sobrecarrega ainda mais o sistema

Centro Obstétrico deve reabrir apenas no ano que vem

Centro Obstétrico deve reabrir apenas no ano que vem

ANDRESSA PUFAL/JC
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Luciane Medeiros
Luciane Medeiros Editora Assistente
O fechamento temporário do Centro Obstétrico e Maternidade do Hospital Mãe de Deus em Porto Alegre agrava a pouca oferta de leitos para gestantes e em UTIs neonatais. Representantes de entidades médicas, das secretarias municipal e estadual da saúde e do hospital, entre outros, participaram de reunião nesta quinta-feira (1) para discutir o assunto. Na ocasião, o diretor-executivo da mantenedora do Mãe de Deus, João Baptista Feijó, disse que a retomada dos atendimentos no Centro Obstétrico poderá ocorrer no primeiro trimestre de 2025.
O fechamento temporário do Centro Obstétrico e Maternidade do Hospital Mãe de Deus em Porto Alegre agrava a pouca oferta de leitos para gestantes e em UTIs neonatais. Representantes de entidades médicas, das secretarias municipal e estadual da saúde e do hospital, entre outros, participaram de reunião nesta quinta-feira (1) para discutir o assunto. Na ocasião, o diretor-executivo da mantenedora do Mãe de Deus, João Baptista Feijó, disse que a retomada dos atendimentos no Centro Obstétrico poderá ocorrer no primeiro trimestre de 2025.
Para Eduardo Trindade, presidente do Conselho Regional de Medicina do Estado do Rio Grande do Sul (Cremers), a projeção de reabrir os 18 leitos para gestantes e 10 de UTI neonatal do Mãe de Deus apenas em 2025 representa um tempo considerado longo. “Precisamos de um cronograma para essa reabertura. Está fechado por causa ainda da enchente, mas até o primeiro trimestre do ano que vem é bastante tempo”, cobra o presidente do Cremers. A entidade vai seguir acompanhando o tema, e novas reuniões serão realizadas para discutir a volta do Centro Obstétrico.
O espaço está desativado desde o dia 2 de maio, quando o subsolo da instituição ficou alagado devido à enchente na Capital. Após limpeza e higienização da área inundada, o Mãe de Deus retomou no final de junho alguns serviços, mas para isso foi preciso realocar atendimentos que eram realizados no subsolo para o 3° andar, onde ficava o Centro Obstétrico. 
“O fechamento do Centro Obstétrico impacta não apenas na maternidade, para as gestantes darem à luz, como também é muito grave devido à UTI neonatal. Perder esses leitos para atendimento aos recém-nascidos é preocupante”, avalia Trindade.
A opinião é compartilhada pelo presidente da Sociedade de Pediatria do Rio Grande do Sul (SPRS), João Paulo Ferreira. “Cada vez é mais comum o nascimento de bebês prematuros. Já tivemos o fechamento das UTIs neonatais no Hospital Ernesto Dornelles e no São Lucas na Pucrs, e agora a do Mãe de Deus. Sem a abertura de outros espaços para atender a população, ficamos muito preocupados”, reforça Ferreira.
Além do fechamento de leitos na Capital, não há abertura de novos lugares nos hospitais do Interior, o que sobrecarrega ainda mais o sistema. O Mãe de Deus é um hospital privado, atendendo pacientes particulares ou com plano de saúde. “Como ficam as mulheres que precisam procurar uma maternidade? Muitos lugares já estão superlotados”, salienta Trindade.

Simers acompanha situação de desligamentos de profissionais

Outro problema gerado com o fechamento temporário do Centro Obstétrico e Maternidade do Hospital Mãe de Deus diz respeito aos médicos e outros trabalhadores que estão sendo desligados de suas funções. O Sindicato Médico do Rio Grande do Sul (Simers) não participou do encontro desta quinta-feira, mas já se reuniu com a mantenedora da instituição.
O diretor de Porto Alegre do Simers, Vinícius Mello, explica que a entidade está acompanhando como vão se desencadear os aspectos trabalhistas e jurídicos dos profissionais desligados. Segundo Mello, a mantenedora garantiu que tem condições de fazer todo o processo de desligamento parcelamentos ou com algum valor em a ver.
Com a sinalização de reabertura no primeiro trimestre de 2025, o diretor do Simers diz que seria possível adotar medidas como o lay-off ou congelamento do contrato de trabalho. Em relação à retomada das atividades no Centro Obstétrico, ele faz uma ressalva sobre o novo formato de contratação que pode vir a ser adotado. No lugar da contratação via CLT, Mello teme que possa ser preferido o modelo via “pejotização”, o que representaria uma precarização das condições de trabalho.

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