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Publicada em 26 de Julho de 2024 às 17:41

Ministério da Saúde confirma primeira morte por coqueluche após hiato

Vacinas polivalentes são essenciais para prevenção contra a doença

Vacinas polivalentes são essenciais para prevenção contra a doença

EVANDRO OLIVEIRA/JC
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Folhapress
Um bebê de seis meses morreu após contrair coqueluche em Londrina, no norte do Paraná, segundo informações do Ministério da Saúde e da Secretaria de Saúde do estado. É a primeira morte registrada no Brasil em três anos. Um segundo óbito, de um bebê de três meses, residente em Irati, no sudoeste paranaense, está sendo investigado.
Um bebê de seis meses morreu após contrair coqueluche em Londrina, no norte do Paraná, segundo informações do Ministério da Saúde e da Secretaria de Saúde do estado. É a primeira morte registrada no Brasil em três anos. Um segundo óbito, de um bebê de três meses, residente em Irati, no sudoeste paranaense, está sendo investigado.
Nos últimos cinco anos, foram registrados no Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan) 12 mortes pela doença, sendo 11 em 2019 e apenas uma em 2020. Desde 2021 não haviam óbitos.
A coqueluche é uma infecção respiratória altamente contagiosa causada pela bactéria Bordetella pertussis. É transmitida principalmente por gotículas de tosse ou espirro e é mais grave em crianças, sendo uma das principais causas de doença e morte nesse grupo. Os primeiros sintomas surgem de sete a dez dias após a infecção e incluem febre leve, coriza e tosse, que evolui para tosse convulsa.

Aumento de Casos

Os casos de coqueluche no Brasil aumentaram de janeiro a junho deste ano, com 339 confirmações, superando os 214 registrados em todo o ano de 2023, segundo o Sinan. Os estados com mais casos são São Paulo (122), Paraná (55) e Minas Gerais (15).
A Organização Pan-Americana da Saúde (Opas), braço da Organização Mundial da Saúde (OMS), emitiu um alerta epidemiológico na última segunda-feira (22) sobre o aumento de casos de coqueluche no continente americano, recomendando maior vigilância e atenção às coberturas vacinais em crianças menores de cinco anos, especialmente em grupos com baixas coberturas.
O alerta se deu tendo em vista o declínio da cobertura vacinal registrado durante o período da pandemia de Covid-19 e o aumento dos casos de coqueluche em nível global e em alguns países da região das Américas. A Opas esclarece que, entre 2010 a 2019, foram reportados cerca de 170 mil casos anuais de coqueluche no mundo. Com as restrições de circulação impostas pela pandemia, esse número caiu para menos de 54 mil, três vezes menor do que a média do período anterior. Em 2021, registrou-se o menor número de casos globais, com quase 30 mil notificações. O declínio continuou em 2022, atingindo o menor número histórico de 3.282 casos.
Entretanto, em 2023, na região europeia da OMS, foram notificados mais de 30 mil casos. Houve um aumento significativo no segundo semestre de 2023 e no primeiro semestre de 2024. Em maio deste ano, o Centro Europeu de Prevenção e Controle de Doenças (ECDC, na sigla em inglês) informou que, nos três primeiros meses de 2024, foram notificados mais casos do que em todo o ano de 2023.

Prevenção

O Ministério da Saúde recomenda a vacinação durante a gestação como forma de proteção contra a doença. A transferência de anticorpos durante a gravidez ajuda a proteger o bebê. A vacina dTpa (contra difteria, tétano e coqueluche) deve ser aplicada a partir da 20ª semana de gravidez, podendo ser administrada em até 45 dias após o nascimento do bebê.
A imunização de mulheres grávidas no caso de um surto oferece proteção ideal para recém-nascidos. Segundo a Opas, é importante atingir e manter a cobertura vacinal acima de 50% para que essa estratégia de vacinação seja efetiva. Já imunização de crianças é feita com a vacina pentavalente (contra a difteria, tétano, coqueluche, hepatite B e infecções causadas pelo Haemophilus influenzae B) em três doses, aos dois quatro e seis meses de vida, e com a vacina e DTP (contra difteria, tétano e coqueluche) aos 15 meses e aos quatro anos.
Para aumentar a cobertura vacinal, a Secretaria da Saúde do Paraná lançou uma força-tarefa para apoiar os municípios e focar na vacinação de crianças e adolescentes. A ação é direcionada para as vacinas influenza, pentavalente, DTP, pneumocócica 10 e contra a poliomielite, que tem baixa adesão no estado.

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