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Publicada em 21 de Julho de 2024 às 12:51

Morre aos 96 anos Dercy Furtado, pioneira na política gaúcha

Tanto no Legislativo Municipal quanto na Assembleia Estadual, Dercy foi uma defensora dos direitos das mulheres

Tanto no Legislativo Municipal quanto na Assembleia Estadual, Dercy foi uma defensora dos direitos das mulheres

ARQUIVO PESSOAL / DIVULGAÇAÕ JC
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Morreu em Porto Alegre, neste domingo (21), uma de suas figuras mais marcantes da política e pioneira na representação feminina nos parlamentos. Dercy Therezinha Vieira Furtado faleceu aos 96 anos, deixando um legado de conquistas. A morte de Dercy Therezinha Vieira Furtado foi comunicado na manhã deste domingo pelo filho Jorge Furtado, cineasta brasileiro, e demais familiares, que destacaram seu legado de luta e comprometimento com a comunidade.Em 1972, Dercy fez história ao se tornar a primeira mulher a ocupar uma cadeira titular na Câmara de Vereadores de Porto Alegre, eleita com expressivos 10.108 votos. Sua eleição foi um marco não apenas pela representatividade feminina, mas também pelo compromisso comunitário e a defesa incansável dos interesses da população.Nascida em Gravataí em 22 de setembro de 1927, Dercy começou sua jornada trabalhando na roça até os 12 anos. Aos 14, mudou-se para Porto Alegre e chegou a interromper seus estudos para trabalhar como operária no Laboratório Geyer. De volta aos bancos escolares e, mais tarde, ao encontro de Jorge Alberto Furtado, seu professor de português que se tornaria seu marido, formou-se professora e encontrou na política uma plataforma para defender suas ideias e causas.Tanto no Legislativo Municipal quanto na Assembleia Estadual, foi uma defensora dos direitos das mulheres. Em 1975, assumiu o cargo de Deputada Estadual, tornando-se a terceira mulher a ocupar uma cadeira no parlamento gaúcho. Sua atuação parlamentar foi marcada pela dedicação aos direitos sociais e pela promoção da igualdade de gênero.Nas redes sociais, o cineasta Jorge Furtado homenageou a mãe. “Sua luta social – foi a primeira a propor carteira assinada e aposentadoria para as empregadas domésticas, a primeira a falar em “planejamento familiar” com educação sexual nas escolas - a levou à política. Fez suas campanhas sempre “Em defesa da mulher”, foi a primeira vereadora eleita de Porto Alegre, em 1972. Se elegeu e reelegeu deputada estadual, lutou pelas mulheres até se aposentar. Aos 70 anos, ingressou e cursou a faculdade de História, formou-se com 74 anos”, escreve. Além de sua atuação política, Dercy lançou em 1977 o livro "Cortando as Amarras", no qual reuniu um conjunto de reivindicações e apresentou no Senado Federal. Entre as propostas destacam-se a liberação para a mulher trabalhar à noite, aposentadoria para a dona-de-casa, criação de casas de estudantes femininas nas universidades e a retirada do Código Civil da prova de virgindade como justificativa para a anulação do casamento.Em 15 de março de 2017, no Teatro Glênio Peres da Câmara Municipal de Porto Alegre, foi lançado o curta-metragem "Dercy Furtado", como parte do Projeto Cinematográfico Memorial das Mulheres do RS. O filme celebra a história de mulheres que tiveram papel fundamental nas conquistas dos direitos e na valorização feminina.Dercy morreu em casa, na Capital e deixa seis filhos, 14 netos e 11 bisnetos, frutos do casamento com o professor Jorge Furtado. O velório será realizado no Cemitério Jardim da Paz, no bairro Agronomia, Zona Leste de Porto Alegre. A cerimônia acontece a partir de 12h30, com fim às 17h15.
Morreu em Porto Alegre, neste domingo (21), uma de suas figuras mais marcantes da política e pioneira na representação feminina nos parlamentos. Dercy Therezinha Vieira Furtado faleceu aos 96 anos, deixando um legado de conquistas. A morte de Dercy Therezinha Vieira Furtado foi comunicado na manhã deste domingo pelo filho Jorge Furtado, cineasta brasileiro, e demais familiares, que destacaram seu legado de luta e comprometimento com a comunidade.

Em 1972, Dercy fez história ao se tornar a primeira mulher a ocupar uma cadeira titular na Câmara de Vereadores de Porto Alegre, eleita com expressivos 10.108 votos. Sua eleição foi um marco não apenas pela representatividade feminina, mas também pelo compromisso comunitário e a defesa incansável dos interesses da população.

Nascida em Gravataí em 22 de setembro de 1927, Dercy começou sua jornada trabalhando na roça até os 12 anos. Aos 14, mudou-se para Porto Alegre e chegou a interromper seus estudos para trabalhar como operária no Laboratório Geyer. De volta aos bancos escolares e, mais tarde, ao encontro de Jorge Alberto Furtado, seu professor de português que se tornaria seu marido, formou-se professora e encontrou na política uma plataforma para defender suas ideias e causas.

Tanto no Legislativo Municipal quanto na Assembleia Estadual, foi uma defensora dos direitos das mulheres. Em 1975, assumiu o cargo de Deputada Estadual, tornando-se a terceira mulher a ocupar uma cadeira no parlamento gaúcho. Sua atuação parlamentar foi marcada pela dedicação aos direitos sociais e pela promoção da igualdade de gênero.

Nas redes sociais, o cineasta Jorge Furtado homenageou a mãe. “Sua luta social – foi a primeira a propor carteira assinada e aposentadoria para as empregadas domésticas, a primeira a falar em “planejamento familiar” com educação sexual nas escolas - a levou à política. Fez suas campanhas sempre “Em defesa da mulher”, foi a primeira vereadora eleita de Porto Alegre, em 1972. Se elegeu e reelegeu deputada estadual, lutou pelas mulheres até se aposentar. Aos 70 anos, ingressou e cursou a faculdade de História, formou-se com 74 anos”, escreve.

Além de sua atuação política, Dercy lançou em 1977 o livro "Cortando as Amarras", no qual reuniu um conjunto de reivindicações e apresentou no Senado Federal. Entre as propostas destacam-se a liberação para a mulher trabalhar à noite, aposentadoria para a dona-de-casa, criação de casas de estudantes femininas nas universidades e a retirada do Código Civil da prova de virgindade como justificativa para a anulação do casamento.

Em 15 de março de 2017, no Teatro Glênio Peres da Câmara Municipal de Porto Alegre, foi lançado o curta-metragem "Dercy Furtado", como parte do Projeto Cinematográfico Memorial das Mulheres do RS. O filme celebra a história de mulheres que tiveram papel fundamental nas conquistas dos direitos e na valorização feminina.

Dercy morreu em casa, na Capital e deixa seis filhos, 14 netos e 11 bisnetos, frutos do casamento com o professor Jorge Furtado.

O velório será realizado no Cemitério Jardim da Paz, no bairro Agronomia, Zona Leste de Porto Alegre. A cerimônia acontece a partir de 12h30, com fim às 17h15.

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