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Publicada em 12 de Julho de 2024 às 20:52

Em eleição 100% feminina, Ufrgs começa a definir nova reitora na próxima segunda-feira

Professoras Liliane Giordani, Ilma da Silva e Marcia Cristina Barbosa disputam o pleito

Professoras Liliane Giordani, Ilma da Silva e Marcia Cristina Barbosa disputam o pleito

Gustavo Diehl/ Ufrgs /JC
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Gabriel Margonar
Gabriel Margonar Repórter
Na próxima segunda-feira (15), começa ser definida a nova gestão que estará à frente da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Ufrgs) nos próximos quatro anos. Com três chapas concorrendo, todas com candidatas à reitora do sexo feminino, a partir das 7h será realizada a consulta informal à comunidade universitária, na qual estarão aptos a votar os alunos, professores e servidores técnico-administrativos da Instituição de ensino.
Na próxima segunda-feira (15), começa ser definida a nova gestão que estará à frente da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Ufrgs) nos próximos quatro anos. Com três chapas concorrendo, todas com candidatas à reitora do sexo feminino, a partir das 7h será realizada a consulta informal à comunidade universitária, na qual estarão aptos a votar os alunos, professores e servidores técnico-administrativos da Instituição de ensino.
A eleição ocorrerá de forma virtual, por meio do Portal do Aluno e do Portal do Servidor. O acesso se dará com o número do cartão da Ufrgs e senha individual, das 7h às 22h. Os resultados serão divulgados no mesmo dia, até às 23h59min.
Após a decisão da comunidade acadêmica, os números finais serão enviados ao Conselho Universitário (Consun), responsável pela eleição e formação da lista tríplice, a ser encaminhada ao Ministério da Educação. A indicação da nova reitoria será feita pela presidência da República e, até o dia 20 de setembro, a nova gestão deve assumir o comando da Universidade.
Conforme enxerga o presidente da Comissão de Consulta Informal (CCI), Gabriel Focking, as professoras Liliane Ferrari Giordani, Ilma Simoni Brum da Silva e Marcia Cristina Bernardes Barbosa estarão, além de tudo, fazendo história. Esta é a primeira vez que apenas mulheres concorrem à reitoria da Universidade.
"A Ufrgs já teve uma reitora e outras mulheres já lideraram chapas que acabaram derrotadas em processos eleitorais. Mas, agora, uma eleição 100% feminina mostra que vivemos um momento realmente histórico e de extrema importância dentro da Universidade", celebra.
Nos últimos meses, o processo eleitoral tem sido conturbado por discussões a respeito da paridade de votos. Normas aprovadas em 2023 e 2024 por setores da universidade até chegaram a alterar a legislação (que dá 70% do peso para docentes, 15% para discentes e 15% para servidores técnico-administrativos), substituindo-a por uma contagem igualitária, na qual cada segmento possui o mesmo peso. Porém no inicio deste mês, a juíza federal Ingrid Schroder Sliwka anulou essa decisão.
Contudo, segundo Focking, há um acordo entre todas as chapas para que se respeite, de forma informal, o cálculo paritário. "Legalmente terá que ser feito o cálculo antigo, com peso maior para os docentes. Porém, o ambiente político interno demonstra uma compreensão da comunidade sobre a necessidade de avançar democraticamente e aumentar a representatividade de outras categorias.  Pela primeira vez, todas as chapas possuem acordo declarado de um terço dos votos para cada grupo", destaca.
Ao todo, 43.851 integrantes da comunidade acadêmica estão aptos a participar da votação, sendo 38.549 alunos, 2.947 docentes e 2.355 servidores.  

Conheça as chapas: 

Chapa 01 “Virada na Ufrgs” – Composta por Liliane Ferrari Giordani e Carlos Alberto Gonçalves, e apoiada por setores do PT, PSOL (Juntos, Alicerce e Ocupe), UP, PSTU e PCBR
- Tem como uma de suas principais propostas a ampliação de políticas de inclusão, com ênfase em pessoas trans e travestis
Liliane é diretora da Faculdade de Educação da Ufrgs. Formada em Educação Especial pela Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) e com mestrado e doutorado em Educação pela Ufrgs, é professora na instituição desde 2011.
Chapa 02 “Geração Ufrgs” – Composta por Ilma Simoni Brum da Silva e Vladimir Pinheiro do Nascimento
- Tem como uma de suas principais propostas oferecer mais aulas em horários “alternativos”, para que alunos possam dividir estudo com trabalho
Ilma é diretora do Instituto de Ciências Básicas da Saúde da Ufrgs. Formada em Ciências Biológicas pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (Pucrs) tem mestrado e doutorado em Fisiologia pela Ufrgs, além de pós-doutorado no Institut National de la Santé et la Recherche Médicale, na França. É professora Titular e desenvolve pesquisas na área de Fisiologia Endócrina e Câncer de Próstata. Atua na UFRGS como docente desde 1996.

Chapa 03 – Composta por Marcia Cristina Bernardes Barbosa e Pedro de Almeida Costa, e apoiada por por setores do PT, PCdoB e PSOL (Afronte/Resistência - Matheus Gomes)
- Tem como uma de suas principais propostas a criação de uma secretaria especial de emergência climática e ambiental
Márcia tem graduação, mestrado e doutorado em Física pela Ufrgs e desenvolve trabalhos científicos referentes à água e suas anomalias. Comendadora da Ordem Nacional do Mérito Científico e membro titular da Academia Brasileira de Ciências, é professora titular no Instituto de Física da instituição. Atualmente, é secretária de Políticas e Programas Estratégicos do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação.

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