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Publicada em 12 de Julho de 2024 às 14:45

Onda de frio no RS intensifica lotação da rede hospitalar de Porto Alegre

Porto Alegre regista baixas temperaturas

Porto Alegre regista baixas temperaturas

EVANDRO OLIVEIRA/JC
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Osni Machado
Osni Machado Colunista
Hospitais e Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) de Porto Alegre estão operando acima da capacidade normal, que em grande parte está sendo agravada pelo onda de frio, que vem se intensificado no Rio Grande do Sul nos últimos dias. A combinação do frio, umidade e chuva colocaram em alerta o sistema de saúde. Já a Secretaria Municipal de Saúde (SMS), por sua vez, informa que a situação está controlada. "Neste período, o Hospital de Clínicas de Porto Alegre (HCPA), normalmente, está com um grau 'alto de ocupação' até pelas especialidades que são atendidas no local, informa a assessoria da SMS ao Jornal do Comércio, na manhã desta sexta-feira, 12 de julho.
Hospitais e Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) de Porto Alegre estão operando acima da capacidade normal, que em grande parte está sendo agravada pelo onda de frio, que vem se intensificado no Rio Grande do Sul nos últimos dias. A combinação do frio, umidade e chuva colocaram em alerta o sistema de saúde. Já a Secretaria Municipal de Saúde (SMS), por sua vez, informa que a situação está controlada. "Neste período, o Hospital de Clínicas de Porto Alegre (HCPA), normalmente, está com um grau 'alto de ocupação' até pelas especialidades que são atendidas no local, informa a assessoria da SMS ao Jornal do Comércio, na manhã desta sexta-feira, 12 de julho.
A SMS também destaca que nos Pronto Atendimentos (PAs) e nas UPAs 80% das demandas registradas são casos chamados "verdes", ou seja, referem-se a sintomas clínicos leves. O Hospital de Pronto Socorro (HPS) registra casos de gripe, tosse e sintomas gastrointestinais, entre outros, e que poderiam, por sua vez, ser atendidos pelas UPAs, por exemplo. No HPS, a emergência pediátrica  está "tranquilo", ou seja, está sem superlotação. Há, porém, uma maior demanda de internados nas emergências dos hospitais, hoje, por síndromes gripais.

A Santa Casa de Misericórdia informa que mantém específicos para atendimento aos pacientes com doenças respiratórias e quadros gripais, ampliadas durante o inverno, mas reforça que a prioridade de atendimento via SUS é de casos graves, com recorrente necessidade de internação, que exijam uma estrutura de alta complexidade.
Conforme a Santa Casa, os casos de síndromes respiratórias, com quadros leves ou moderados, por exemplo, devem buscar atendimento em Unidades Básicas de Saúde (UBS) e Unidades de Pronto Atendimento (UPA) ou instituições de saúde voltadas para o atendimento de baixa e média complexidade.
O Grupo Hospitalar Conceição, referência no atendimento do Sistema Único de Saúde (SUS), está operando acima de sua capacidade. O diretor de Atenção à Saúde do Grupo Hospitalar Conceição, Luiz Antônio Bevegnu informa que as emergências, tanto dos hospitais, como da UPA estão atendendo acima da capacidade instalada. “Hoje, o Hospital Conceição está com 200% acima de sua capacidade e o Hospital da Criança está com 128% acima da sua capacidade normal e a UPA está com 230% acima de sua capacidade”, explica Bevegnu.

O diretor destaca que, com a chegada do inverno, medidas foram tomadas pelo Grupo Hospitalar Conceição, formado pelos hospitais Conceição, Criança Conceição, Cristo Redentor e Fêmina, além da UPA Moacyr Scliar, de 12 postos de saúde do Serviço de Saúde Comunitária, de três Centros de Atenção Psicossocial (CAPS) e da Escola GHC.

Bevegnu cita que, no inverno, a procura pelos serviços de saúde aumentam, principalmente, nas emergências. “Em função disso, hoje nós estamos com as nossas emergências tanto dos hospitais, como da UPA Moacyr Scliar atendendo acima da capacidade instalada. Às emergências apresentam uma demanda muito grande e nós temos também o registro de aumento nas internações, em torno de 15 a 20% nos hospitais que atendem clínica”.

O diretor lembra que além do preparo para o atendimento no período do inverno, também manteve a atenção em relação a maior calamidade climática ocorrida no Rio Grande do Sul em maio deste ano. “Nós imaginamos que haveria uma demanda maior causada por doenças como leptospirose, entre outras, mas há um agravamento das doenças respiratórias, muito em função também da capacidade imunológica de muitas pessoas que acabaram ficando fora de suas casas (por causa da enchente)”, detalha.

O Grupo Hospitalar Conceição, segundo Bevegnu, preparou toda a sua estrutura das unidades básicas de saúde para atender doenças respiratórias. “Nós fizemos uma oferta de atendimento para o período noturno. Então, as nossas cinco unidades passaram a fazer atendimento até as 22horas e está abrindo a unidade do Hospital Conceição no sábado, durante todo o dia”, informa.

Ele também cita que aumentou para 120 o número de leitos, sendo que 100 deles são destinados à clínica, justamente para dar conta dos casos de doenças vinculadas com o inverno. “Sessenta deles estão no Hospital Conceição, que também estão todos lotados e os outros dois, ou seja, 60 leitos no Hospital Cristo Redentor e 60 leitos no Hospital Fêmina, sendo que também estão lotados. Isto mostra que o fator inverno veio com tudo”, acrescenta.
O Grupo Hospitalar Conceição é vinculada ao Ministério da Saúde, reconhecida nacionalmente, forma a maior rede pública de hospitais do Sul do Brasil, com atendimento 100% SUS. Com uma oferta de 1.391 leitos, é responsável pela internação de 46,1 mil gaúchos por ano.

Com uma equipe de 9.874 profissionais, o Grupo é responsável por cerca de 1,1 milhão de consultas e outras 27 mil cirurgias anuais. Em exames, o Grupo contabiliza cerca de 4 milhões por ano. A instituição faz o diagnóstico de mais da metade dos casos esperados de câncer para a população de Porto Alegre. A instituição também é considerada o berçário dos gaúchos, com cerca de 6,6 mil partos ocorridos por ano no Conceição e no Fêmina.
O Serviço de Emergência do Hospital Moinhos de Vento está com 101,69% de ocupação no atendimento adulto e com 80% de ocupação no pediátrico — sendo as doenças respiratórias a principal causa de ambas as procuras.

A instituição trabalha com alguns protocolos, entre eles estão a ampliação da rede de atendimentos conforme classificação de risco, priorização de pacientes graves, interface com a telemedicina para acompanhamento pós-alta, além da disponibilidade de exames e rede de ambulatório de baixa complexidade para assistência aos casos de menor gravidade.

O Hospital Moinhos de Vento orienta que os pacientes busquem este serviço somente em casos de urgência, emergência e alta complexidade.

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