As enchentes de maio afetaram 30% da cidade de Porto Alegre num total de 1.100 quilômetros de ruas, avenidas e becos atingidos pela tragédia climática. Um total de 162.210 pessoas foram impactadas pelas inundações. A prefeitura realizou o recolhimento de 92.726 toneladas de resíduos das vias públicas, desde o dia 6 de maio. Os dados foram apresentados pelo prefeito Sebastião Melo nesta sexta-feira (5) durante a prestação de contas da força-tarefa de limpeza da cidade que foi atingida pelas enchentes. "O critério de limpeza adotado pela prefeitura foi quando as águas baixaram. A partir deste momento, a gente entrou com a limpeza nos bairros Menino Deus, Praia Belas e Centro Histórico", disse Melo.
Sobre o Sarandi, na zona Norte de Porto Alegre, Melo disse que o bairro foi o último a ser limpo porque rompeu o dique assim como nos bairros Humaitá, Vila Farrapos e Anchieta que sofreram com a demora na limpeza. O prefeito disse que o "grosso da limpeza da cidade" terminou. "É claro que podem ter locais com lixo e por isso vamos criar um canal no 156 para que as pessoas nos avisar dos focos de lixo. Continua a limpeza das boca de lobo e a recuperação das ruas esburacadas", destaca. Sobre a limpeza nos bairros Humaitá, Vila Farrapos, Sarandi e Anchieta, o prefeito disse que o lixo foi recolhido nessa regiões. "Em todas as ruas os caminhões passaram mais de uma vez. O importante é destacar que temos 300 focos de lixo irregulares na Capital. Eu quero apelar para que a população faça a separação certa do lixo", acrescenta.
No total, a prefeitura divulgou que já recolheu 92.726 toneladas de resíduos das vias públicas da Capital
TÂNIA MEINERZ/JC
O diretor-geral do Departamento Municipal de Limpeza Urbana (DMLU), Carlos Alberto Hundertmarker, disse que o serviço contou com 1,5 mil garis e a utilização de 621 equipamentos, como caminhões de hidrojato do Departamento Municipal de Água e Esgotos (Dmae) e veículos da frota do departamento. Durante o processo de limpeza, foram feitas a retirada de entulhos dos espaços públicos, raspagem do lodo da enchente, varrição de vias e limpezas de bocas-de-lobo, ruas e calçadas.
Segundo Hundertmarker, a próxima etapa do trabalho vai incluir a limpeza dos espaços de Bota-Espera, intensificação da conservação de vias, recuperação da iluminação pública atingida, troca de mobiliário urbano e revitalização de praças impactadas.
Melo disse que a força-tarefa nos bairros começou pelo Centro Histórico, Menino Deus, Cidade Baixa e Praia de Belas, onde aconteceu o recuo o mais rápido da água. A segunda e a terceira etapas foram na zona Sul, Extremo-Sul, Sarandi, 4° Distrito, Anchieta e Ilhas, locais onde a cheia demorou mais a baixar, especialmente em razão do extravasamento de diques ou por estarem em áreas mais suscetíveis a enchentes. O trabalho foi 100% concluído em praticamente todos os bairros citados. As exceções são Extremo-Sul (90%) e Ilhas (65%).
Melo destaca que para garantir o depósito adequado dos resíduos, a prefeitura contratou ao menos nove espaços provisórios chamados de Bota-Espera - localizados principalmente na zona Norte de Porto Alegre. Para o destino final do material recolhido, foi feita a contratação de um aterro em Gravataí, para onde foram levados 170 mil toneladas de resíduos gerados pela enchente de maio.