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Publicada em 04 de Julho de 2024 às 19:57

Prefeitura de Porto Alegre estuda manter estrutura do primeiro corredor humanitário

Medida pode extinguir o "X da Rodoviária" e impactar na reconstrução da passarela para pedestres

Medida pode extinguir o "X da Rodoviária" e impactar na reconstrução da passarela para pedestres

TÂNIA MEINERZ/JC
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Gabriel Margonar
Gabriel Margonar Repórter
A tragédia climática do início de maio pode ter modificado de vez o trânsito em uma das regiões mais movimentadas de Porto Alegre. Segundo a Secretaria Municipal de Obras e Infraestrutura (Smoi), a prefeitura da Capital estuda manter a estrutura do corredor humanitário do Largo Vespasiano Júlio Veppo, na área central da cidade. Com isso, o "X da Rodoviária" seria extinto e a reconstrução da passarela para pedestres teria que ser realizada em outro local.
A tragédia climática do início de maio pode ter modificado de vez o trânsito em uma das regiões mais movimentadas de Porto Alegre. Segundo a Secretaria Municipal de Obras e Infraestrutura (Smoi), a prefeitura da Capital estuda manter a estrutura do corredor humanitário do Largo Vespasiano Júlio Veppo, na área central da cidade. Com isso, o "X da Rodoviária" seria extinto e a reconstrução da passarela para pedestres teria que ser realizada em outro local.
O caminho, que conecta a avenida Castelo Branco ao Túnel da Conceição, foi o primeiro construído emergencialmente para suprir a chegada de caminhões, veículos de socorro e donativos para os afetados pela enchente histórica do Guaíba. Em sua estrutura, de aproximadamente 300 metros, há três camadas de sedimentos: a primeira com pedras, para sustentação; a segunda mais fina, com brita; e a terceira de asfalto, que possibilita o tráfego de veículos.
Além disso, para que os automóveis mais altos também pudessem utilizá-lo, a passarela de pedestres que atravessava a avenida Conceição e permitia um acesso mais fácil à Rodoviária da Capital precisou ser demolida. Na época, a prefeitura planejava reconstruí-la no mesmo lugar. 
Porém, de acordo com a Smoi, em nota conjunta com a Empresa Pública de Transporte e Circulação (EPTC) e a Secretaria Municipal de Mobilidade Urbana, estão sendo avaliadas alternativas na região para entender se o corredor será mantido ou derrubado, mas sem previsão de quando isto será decidido. De todo modo, caso haja a manutenção, ficará inviável a reconstrução da passarela no mesmo local em que ficava situada.
Na edição de quarta-feira, o Jornal do Comércio já havia informado que, além dos veículos comuns, ao menos 29 linhas de ônibus urbanos estão sendo impactadas pela estrutura, que impossibilita os veículos de fazerem o chamado "X da Rodoviária", devido a sua elevação em relação à avenida Júlio de Castilhos. Para o professor da Escola Politécnica da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (Pucrs), Rafael Roco de Araújo, manter o corredor humanitário seria péssimo para a mobilidade urbana da cidade.
"Durante o momento da crise, aquela estrutura cumpriu seu papel, foi muito útil. Porém, neste momento, não tem sentido. Estamos falando de uma intervenção emergencial não planejada, em uma cidade que já possui infraestrutura viária deficiente. Colocar mais obstáculos e trancar rotas só iria piorar as poucas facilidades que temos", explica.
Segundo ele, o ideal para a região seria uma grande revitalização no "X da Rodoviária". "É necessária uma obra de grande porte, que não se limite apenas aos semáforos. Aquele setor precisa ser bem tratado, mas manter essa elevação definitivamente não é uma solução", conclui.
 

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