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Publicada em 04 de Julho de 2024 às 16:12

Primeiro Centro de Acolhimento Humanitário do RS é inaugurado em Canoas

Espaço no bairro São Luís tem capacidade para acolher 630 pessoas

Espaço no bairro São Luís tem capacidade para acolher 630 pessoas

Tânia Meinerz/JC
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Arthur Reckziegel
Arthur Reckziegel Repórter
O primeiro Centro de Acolhimento Humanitário (CHA) do Rio Grande do Sul foi inaugurado na manhã desta quinta-feira (4) em Canoas. A inauguração contou com a presença do governador Eduardo Leite, do vice-governador Gabriel Souza e do prefeito de Canoas, Jairo Jorge. 
O primeiro Centro de Acolhimento Humanitário (CHA) do Rio Grande do Sul foi inaugurado na manhã desta quinta-feira (4) em Canoas. A inauguração contou com a presença do governador Eduardo Leite, do vice-governador Gabriel Souza e do prefeito de Canoas, Jairo Jorge. 
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O local fica na avenida Guilherme Schell, no bairro São Luís, e tem capacidade para receber 650 pessoas em suas dependências, que contam com 126 casas modulares, banheiros, refeitório, lavanderia coletiva, berçário, fraldário, posto médico, policiamento 24h, ambientes multiuso e espaços para crianças e para animais de estimação.
O local tem, ainda, serviços de água, saneamento, energia elétrica e internet gratuitos. Também haverá assistência médica e social e atividades de integração. Além disso, crianças receberão apoio psicológico e acompanhamento por psicopedagogos e pediatras especializados em desenvolvimento infantil.
O Sistema Fecomércio/Sesc/Senac financiou a instalação de estruturas provisórias e a gestão do centro será realizada pela Agência da Organização das Nações Unidas (ONU) para as Migrações (OIM). A Agência da ONU para Refugiados (Acnur) doou as casas modulares, e o Exército Brasileiro auxiliou na montagem dessas unidades.
Édson perdeu a casa no bairro Mathias Velho
Édson perdeu a casa no bairro Mathias Velho Rodrigo Ziebell/Ascom GVG/JC
A primeira família a chegar no CHA foi a de Édson Luís Martins. Morador do bairro Mathias Velho em Canoas, ele perdeu tudo na enchente e estava morando com seus netos, filha e genro nos abrigos desde maio. Ao sair de sua residência, conseguiu salvar apenas sua cachorrinha Diana, que, inclusive, deu cria dentro do abrigo da Ulbra. Os seis filhotinhos foram junto com a família para o Centro Humanitário.
Martins aproveitou para agradecer a recepção no local. "Fomos bem acolhidos aqui. Eu acredito que o espaço vai acomodar todo mundo até o momento em que possamos ir para alguma casa definitiva", avalia. 

O governador Eduardo Leite, em sua fala, reforçou que o centro ainda não é o ideal, mas sim o mais viável devido a urgência da realocação das famílias. "Numa situação de emergência, é necessário se pensar na solução à curto prazo. Estamos em contato com o governo federal para a questão das moradias definitivas. Importante deixar claro que o Estado não tem condições de providenciar isso sem o aporte financeiro vindo de Brasília", ressalta Leite. 
O vice-governador Gabriel Souza fez questão de elogiar a estrutura. "Essas casas são utilizadas pela ONU em várias partes do mundo. São casas preparadas termicamente para poder acolher pessoas por um determinado período de tempo. Precisamos dar uma solução definitiva sim, mas não podíamos deixar que as pessoas continuassem dormindo no chão de ginásios de esporte", avalia. 
Ainda de acordo com Souza, dessa vez o governo federal estará comprando casas prontas para os desabrigados. "Para mim essa decisão é acertada, já que na tragédia que atingiu o Vale do Taquari em 2023 foi decidido que as residências fossem construídas do zero, e até o momento nenhuma delas foi entregue". 

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