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Publicada em 21 de Junho de 2024 às 12:34

Retirada de resíduos dos bota-espera custará quase R$ 3 milhões aos cofres públicos

Os "bota-espera" são áreas próximas das regiões inundadas onde o DMLU descarrega os materiais

Os "bota-espera" são áreas próximas das regiões inundadas onde o DMLU descarrega os materiais

Arthur Reckziegel/Especial/Jc
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Arthur Reckziegel
Arthur Reckziegel Repórter
Após as enchentes vividas no mês passado, Porto Alegre sofre com um grande problema: o acúmulo de resíduos em meio às ruas. Desde o início de maio, o Departamento Municipal de Limpeza Urbana (DMLU) já retirou 75.950 toneladas de resíduos das calçadas, como restos de móveis estragados, raspagem de lodo acumulado e lixo de varrição.
Após as enchentes vividas no mês passado, Porto Alegre sofre com um grande problema: o acúmulo de resíduos em meio às ruas. Desde o início de maio, o Departamento Municipal de Limpeza Urbana (DMLU) já retirou 75.950 toneladas de resíduos das calçadas, como restos de móveis estragados, raspagem de lodo acumulado e lixo de varrição.
Para centralizar os descartes dos materiais, a prefeitura criou os chamados "bota-espera", que são áreas próximas das regiões inundadas, onde o DMLU descarrega os materiais recolhidos. A partir de segunda-feira (21), os resíduos serão transferidos para o aterro de inertes localizado em Gravataí. 
A Secretaria de Parcerias da Capita fez a contratação do serviço junto à empresa Master Construções e Serviços Ambientais, que apresentou o menor preço para cada um dos lotes dentre as propostas enviadas. A empresa, entretanto, desistiu de assinar o contrato. Assim, a segunda colocada no edital, MCT Transportes Ltda, será acionada para assumir os trabalhos. A contratação será efetuada em três lotes, um para cada terreno que está recebendo os resíduos, são eles e custarão: 
• Sarandi (próximo da avenida Severo Dullius) - rua Sérgio Jungblut Dieterich, 1201 (R$ 666.196,00);
• Humaitá – rua Voluntários da Pátria, S/N, Acesso 4 (R$ 708.696,00);
• Serraria - avenida da Serraria, 2517 (R$ 1.373.855,00). 
O serviço total terá valor próximo aos R$ 3 milhões divididos entre os três lotes e tem prazo de ser concluído entre 30 e 45 dias. 
Apesar de possuírem um bota-espera bem próximo de casa, os moradores da Vila Farrapos ainda sofrem com muito lixo acumulado perto de suas residências. Na quinta-feira (20), diversos veículos da prefeitura e também do Exército circulavam para transportar os resíduos até o terreno do bota-espera. 
Arthur Reckziegel/ Especial/Jc
Adelaide Teixeira, que mora na Vila Farrapos há 45 anos, é uma das lideranças da comunidade. "Nessas quatro décadas, nunca passou pela minha cabeça que poderia passar por isso. Estamos há quase dois meses vivendo da maneira mais insalubre possível. Eu perdi tudo, perdi tudo. Nós precisamos de ajuda", lamenta. 
Além disso, o comércio na região também foi afetado. Carlos Antônio possui um mercadinho nos arredores e apenas recentemente conseguiu reabrir o estabelecimento. "Estão fazendo a limpeza há semanas, mas parece que não saem do lugar. Não consegui nenhum centavo dos auxílios prometidos. Perdi meu sustento e sou obrigado a viver no meio do lixo", descreve o morador da Vila Farrapos. 

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