O Mercado Público de Porto Alegre foi reaberto na manhã desta sexta-feira (14) de forma parcial, após 41 dias fechado por conta da enchente histórica de maio. Por enquanto, apenas as lojas com acesso externo e do segundo piso estão funcionando em horário especial, das 10h às 15h. A partir de terça-feira, dia 18, a retomada das atividades será completa.
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À princípio, o público pode acessar o Mercado somente pela entrada da avenida Borges de Medeiros. Um brete impede a circulação pelo térreo, com faixas que indicam o caminho para o andar superior.
O clima, antes da abertura, era de organização das lojas e de presença da imprensa. Já havia, inclusive, moedas sob o símbolo de mosaico do Bará. As festividades para o orixá, sempre no dia 13 de junho, foram canceladas este ano, o que gerou prejuízos aos permissionários do centro comercial.
Moedas foram colocadas no Bará antes mesmo da entrada dos clientes
TÂNIA MEINERZ/JC
O cheiro no Mercado Público, que por muitos dias era forte devido aos produtos deixados nas lojas no período de cheias, já não incomoda mais. Apenas em algumas áreas nas extremidades sente-se a herança do odor.
O secretário de Administração e Patrimônio de Porto Alegre, André Barbosa, considera que esta sexta-feira é um dia histórico. “É uma data de celebração. Há 41 dias, aqui neste local, estávamos com um megafone na mão pedindo que os mercadeiros fechassem suas portas pois a água estava batendo aqui”, diz, lembrando que a enxurrada chegou a 1m70cm no Mercado.
André Barbosa, Secretário Municipal de Administração e Patrimônio
TÂNIA MEINERZ/JC
Barbosa afirma, ainda, que em determinado momento se chegou a pensar que o empreendimento não se recuperaria, mas 100% das lojas conseguirão retomar as atividades. “O Mercado é a alma da cidade. Isto tem uma repercussão enorme socialmente, culturalmente e economicamente”, sustenta.
Há 132 negócios no Mercado, sendo o maior polo comercial do Centro Histórico da capital gaúcha. Juntos, eles faturam entre R$ 500 mil e R$ 600 mil por dia. “Essa retomada repercute também no Quarto Distrito, que fica aqui do lado. Temos que olhar para frente agora. Estamos trabalhando forte para amenizar o prejuízo”, promete.
Em números, esse prejuízo chega a R$ 6 milhões pelo que a prefeitura precisa fazer. Isto inclui questão elétrica, elevadores, escada rolante, pintura, rede hidrosanitária e adequações para que alagamentos não ocorram novamente. A perda dos mercadeiros, no entanto, alcança R$ 30 milhões na soma do que eles deixaram de faturar, estoque e maquinário.
“Mesmo assim eles não desistiram. Isso é um estímulo para o restante da cidade”, alegra-se o secretário.