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Publicada em 11 de Junho de 2024 às 21:14

Lojistas da Rodoviária da Capital ainda não possuem perspectiva de reabertura

Falta de energia elétrica prejudica trabalho de limpeza no local

Falta de energia elétrica prejudica trabalho de limpeza no local

THAYNÁ WEISSBACH/JC
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Gabriel Margonar
Gabriel Margonar Repórter
Lodo e lixos no chão, manchas d'água nas fachadas das lojas e um forte odor impregnado por todo o saguão: esse era o cenário na área comercial da Estação Rodoviária de Porto Alegre na tarde de ontem, ainda marcado pela destruição causada pela enchente histórica do Guaíba, que inundou o local no mês de maio. No segundo dia de limpeza das lojas, dezenas de profissionais atuavam na remoção dos resíduos e na secagem dos estabelecimentos. Ao mesmo tempo, proprietários, atônitos, calculavam prejuízos milionários e ainda não enxergavam uma reabertura dentro de um futuro próximo.
Lodo e lixos no chão, manchas d'água nas fachadas das lojas e um forte odor impregnado por todo o saguão: esse era o cenário na área comercial da Estação Rodoviária de Porto Alegre na tarde de ontem, ainda marcado pela destruição causada pela enchente histórica do Guaíba, que inundou o local no mês de maio. No segundo dia de limpeza das lojas, dezenas de profissionais atuavam na remoção dos resíduos e na secagem dos estabelecimentos. Ao mesmo tempo, proprietários, atônitos, calculavam prejuízos milionários e ainda não enxergavam uma reabertura dentro de um futuro próximo.
"Quando chegamos aqui, encontramos muito lodo, barro, umidade e o fedor era insuportável. Perdemos tudo. Equipamentos, gesso, mdf (madeira). Depois da limpeza, todo esse espaço terá que ser refeito e, conforme orçamos, isto demandará cerca de R$ 400 mil e, ao menos um mês de obras", explica o coproprietário da Ki-Lanches, Girlei Agnes.
O valor estimado é baseado em uma reforma recente realizada no local, que custou R$ 500 mil. Segundo ele, a velocidade na qual a água subiu impediu uma melhor prevenção dos estragos causados na lancheria. "Os bueiros tocaram muita água para fora e muito rápido. Até conseguimos colocar alguns materiais em cima das mesas, mas não imaginávamos que a água chegaria aos 2,20 m aqui dentro. Subiu muito", completa.

Dentro dos estabelecimentos, prejuízos são incontáveis
Dentro dos estabelecimentos, prejuízos são incontáveis THAYNÁ WEISSBACH/JC
A limpeza dos estabelecimentos e do saguão está sendo realizada por uma empresa terceirizada contratada pela Associação dos Empresários da Estação Rodoviária de Porto Alegre e paga individualmente por cada proprietário. Porém, conforme explicaram, anonimamente, alguns trabalhadores, o processo deve ser mais lento do que o previsto anteriormente, já que a situação está muito pior do que se imaginava.
As higienizações começaram nesta segunda-feira (10) e estão dando prioridade aos bares e restaurantes do corredor central. Como a energia elétrica ainda não voltou e, segundo o Departamento Autônomo de Estradas de Rodagem (Daer), nem há perspectiva de quando isso ocorrerá, os trabalhos se restringem a momentos de maior iluminação natural. Com isso, o cronograma indica a limpeza de uma loja a cada dois dias.
No caso de Méri Bombassaro, diretora do Passarinho Refeições, esta terça-feira foi o primeiro dia desde a evacuação que seu estabelecimento pôde ser reaberto. De acordo com ela, os funcionários estão sendo pagos com um dinheiro reserva da lancheria, mas ainda não se sabe por quanto tempo isso poderá continuar acontecendo.
"Trabalhar por 28 anos para chegar aqui e ver tudo perdido é horrível. Ainda não calculamos tudo, mas só de mercadoria perdemos R$ 50 mil. Computadores, máquinas, móveis, tudo estragou. Como não chegou nenhum auxílio da administração pública, estamos sobrevivendo devido a uma economia reserva que foi juntada. Porém, sem entrar nada no cofre, não sei por quanto tempo isso vai durar", lamenta.

Processo de limpeza está sendo realizado no local
Processo de limpeza está sendo realizado no local THAYNÁ WEISSBACH/JC
Em paralelo, na parte externa da Rodoviária da Capital, eram diversos os ambulantes que aproveitaram a oportunidade para a venda de bebidas e alimentos, como cachorro-quente e pipocas. Segundo eles, a demanda tem sido enorme desde a reabertura da Estação, na última sexta-feira.
 

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