Mais de um mês após o auge da enchente histórica do Guaíba que invadiu Porto Alegre, a cidade segue com 3.347 pessoas acolhidas nos 74 abrigos ainda ativos. Diante desta situação, a prefeitura trabalha para lançar, ainda nesta semana, um programa, denominado Estadia Solidária, que oferecerá cerca de R$ 1 mil mensais por um período de 12 meses àqueles que tiveram que abandonar suas residências durante a tragédia.
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Conforme explica o secretário de Modernização e Gestão de Projetos, Rogério Beidacki, o objetivo é auxiliar essas pessoas na busca por uma nova moradia e, com isso, possibilitar o fechamento de outros abrigos.
"Estamos trabalhando em paralelo com o governo federal para aumentar o valor desse auxílio, mas, queremos, além de ajudar essas pessoas a retomarem suas vidas, otimizar nossos serviços de acolhimento. Muitos locais possuem uma estrutura enorme montada, interrompendo seus serviços normais, e poucos acolhidos", explica.
Ainda segundo ele, muitas instituições, principalmente escolares, que se disponibilizaram como ponto de acolhimento durante o evento climático agora estão solicitando a desativação quase que imediata dos abrigos para retomarem suas normalidades. "Estamos tendo que fazer um exercício de realocação, já que muitos locais também precisam voltar a funcionar. Só nesta segunda-feira, por exemplo, três escolas nos comunicaram que terão o retorno das aulas para a próxima semana", completa.
Durante os remanejamentos, a prefeitura de Porto Alegre está dando prioridade para levar as famílias até o Centro Vida, o Centro Estadual de Treinamento Esportivo (Cete), o Cecores Restinga e a Escola de Educação Física da Ufrgs (Esefid), locais vistos como de menor urgência para o fechamento. Além disso, com a redução no número de voluntários, o executivo municipal tem realizado contratações de profissionais para atuarem nos espaços de acolhimento da Capital.