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Publicada em 05 de Junho de 2024 às 16:42

Número de óbitos por leptospirose chega a 13 no RS

No total, já são 3.658 casos notificados da doença, e 242 confirmados

No total, já são 3.658 casos notificados da doença, e 242 confirmados

Defesa Civil do RS/Divulgação/JC
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Thiago Müller
Thiago Müller Repórter
O número de mortes por leptospirose no Rio Grande do Sul subiu para 13, com mais sete casos em investigação. A confirmação foi dada pela Secretaria Estadual de Saúde nesta terça-feira (4), em informe epidemiológico. No total, já são 3.658 casos notificados da doença, e 242 confirmados desde o dia 1 de maio.
O número de mortes por leptospirose no Rio Grande do Sul subiu para 13, com mais sete casos em investigação. A confirmação foi dada pela Secretaria Estadual de Saúde nesta terça-feira (4), em informe epidemiológico. No total, já são 3.658 casos notificados da doença, e 242 confirmados desde o dia 1 de maio.
O Estado enfrenta um grande aumento de incidência da doença desde o início das enchentes. Como a leptospirose é uma bactéria transmitida pela urina de animais infectados, principalmente ratos, sua infecção pode ocorrer a partir do contato com lesões, mucosas, ou longos períodos em água contaminada em pele desprotegida, como aconteceu nas exposições à água, lama ou lixo proveniente do alagamento.
Na semana de início das enchentes foram registradas 36 ocorrências totais. Duas semanas depois, o número notificado foi cerca de 15 vezes maior, totalizando 563. Na mesma semana aconteceu o pico de óbitos, seis pessoas. A incidência arrefeceu somente nesta última semana, em que até o momento há 97 ocorrências, entre notificações e óbitos.
A maioria delas se concentra na região de Porto Alegre que apresenta mais de mil casos notificados, enquanto a segunda cidade com maior número tem 271, Canoas. 
Existe a suspeita que pode haver uma subnotificação, porque o critério utilizado é epidemiológico. A pessoa deve ter tido os sintomas e ter sido exposta à situações de risco, explica Alessandro Pasqualotto, presidente da Sociedade Gaúcha de Infectologia (SGI). A notificação em si, segundo ele, é um processo relativamente passivo. "Se eu, como médico, atender um paciente e não notificar, o Estado não toma conhecimento daquilo. Não é um sistema ativo de coleta de dados", complementa.
Além disso, muitos casos podem não ser confirmados laboratorialmente. "Esses sim podem estar subdimensionados", explica o Pasqualotto. Porém, ele reitera que de qualquer modo, nos hospitais, não têm chegado muitos casos graves. 
O pesquisador prevê que os casos podem voltar a aumentar, porque agora que as pessoas vão voltar para as casas para realizar a limpeza, a água vai baixar, mas a bactéria continua concentrada na lama e demais detritos. Por isso, é necessário que a população faça o uso de botas e demais equipamentos de proteção.

Cuidados

Os principais sintomas da leptospirose são febre, dor de cabeça, fraqueza, calafrios e dores no corpo, em especial na panturrilha. Como ela tem características aproximadas de outras doenças infecciosas, é importante relatar ao médico se entrou em contato com roedores, água e lama de inundações.
Para prevenção, a SES recomenda cuidados como usar calçados ao caminhar em áreas alagadas, evitar qualquer tipo de contato com roedores e lavar bem os alimentos.
A desinfecção do ambiente deve ser feita com hipoclorito de sódio a 2,5%, presente na água sanitária (1 copo de água sanitária para um balde de 20 litros de água).
O tratamento, por sua vez, pode ser feito em qualquer unidade básica de saúde dos municípios e deve ser iniciado, preferencialmente, até o quinto dia após a apresentação dos primeiros sintomas. por esse motivo, é recomendado procurar o médico após o início dos sintomas e relatar a exposição às enchentes.
Pasqualotto reitera que, antes de tudo, "a mensagem que é importante agora é que as pessoas que tenham os sintomas que sejam suspeitos de leptospirose não demorem a procurar médico". Relata que a profilaxia pro meio de antibióticos foi pensada em um período em que era impossível evitar a exposição ao risco, que tiveram contato prolongado ou apresentavam lesões quando foram expostas. Atualmente, o mais indicado é evitar a exposição por meio da proteção individual em locais atingidos.
Segundo ele, não há uma definição científica do que seria uma exposição prolongada, "se entende que sejam talvez horas, mas não existe estudo que mostre isso. O que se sabe é que quanto mais tempo de exposição, mais risco"

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