Com a enchente de maio, os porto-alegrenses passaram a se inteirar mais sobre diversas características geográficas da cidade. Uma delas refere-se à quantidade de arroios: são 27 deles, em uma extensão aproximada de 60 quilômetros. Alguns extravasaram e geraram alagamentos, mas eles têm a função de escoar a água da chuva.
Segundo o professor da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Ufrgs), Fernando Dornelles, esses cursos se formaram naturalmente. E eles transbordam quando ocorre o que se chama de remanso.
“Conforme o nível do Guaíba sobe, esses arroios sobem também. Se andar pelo Dilúvio, vemos que ele está alto. Foi o que aconteceu no Arroio do Salso, com extravasamento por cima da ponte. No Dilúvio, não aconteceu”, compara.
A justificativa sobre o Dilúvio, segundo o professor, seria a rotina de limpeza e desassoreamento. “Bacias urbanizadas, com 30% ou 40% do território urbano, têm produção de sedimentos que não são mais naturais”, acrescenta.
Neste contexto, é importante, ainda, o trabalho do Departamento Municipal de Limpeza Urbana (DMLU), para que o fluxo da água ocorra. “Se o DMLU não recolhe o resíduo urbano, ele será levado à rede de drenagem”, detalha.
No dia 23 de maio, a avenida Otto Niemeyer, na Zona Sul de Porto Alegre, ficou submersa devido ao extravasamento do Arroio Cavalhada. Empreendedores tiveram prejuízos e citaram a sujeira como uma das responsáveis pelo fato.
“O que transbordou foi a chuva, pois está tudo com muita caliça neste arroio”, afirmou Vitor Neivert, dono de uma funilaria na Otto, no dia fatídico. A parede da ferragem Santo Antônio caiu com a força da correnteza.
Para o professor da Ufrgs, a canalização é uma abordagem higienista para levar a água da chuva, mas a estrutura porto-alegrense foi projetada sem pensar na expansão urbana. Somente a partir dos anos 2000 isso começou a ser levado mais a sério no Brasil, conforme o especialista em recursos hídricos.
Arroio do Dilúvio não é o maior da Capital
Embora a maioria das pessoas pense que o Arroio Dilúvio seja o maior de Porto Alegre, há outro ainda mais longo. Trata-se do Arroio do Salso. Veja abaixo a lista completa informada pelo Dmae:
1) Várzea do Gravataí
2) Humaitá
3) Arroio da Areia
4) Arroio Passo das Pedras
5) Arroio Santo Agostinho
6) Arroio Feijó
7) Almirante Tamandaré
8) Arroio Dilúvio
9) Santa Teresa
10) Ponta do Melo
11) Arroio Sanga da Morte
12) Arroio Cavalhada
13) Assunção
14) Arroio do Osso
15) Arroio Capivara
16) Arroio Espírito Santo
17) Arroio Guarujá
18) Ponta da Serraria
19) Arroio do Salso
20) Ponta Grossa Norte
21) Ponta Grossa Sul
22) Arroio Guabiroba
23) Belém Novo
24) Ponta dos Coatis
25) Arroio Lami
26) Arroio Manecão
27) Arroio Chico Barcelos
2) Humaitá
3) Arroio da Areia
4) Arroio Passo das Pedras
5) Arroio Santo Agostinho
6) Arroio Feijó
7) Almirante Tamandaré
8) Arroio Dilúvio
9) Santa Teresa
10) Ponta do Melo
11) Arroio Sanga da Morte
12) Arroio Cavalhada
13) Assunção
14) Arroio do Osso
15) Arroio Capivara
16) Arroio Espírito Santo
17) Arroio Guarujá
18) Ponta da Serraria
19) Arroio do Salso
20) Ponta Grossa Norte
21) Ponta Grossa Sul
22) Arroio Guabiroba
23) Belém Novo
24) Ponta dos Coatis
25) Arroio Lami
26) Arroio Manecão
27) Arroio Chico Barcelos