A equipe do Jornal do Comércio foi até o Mercado Público na manhã desta segunda-feira (3) para observar a situação na qual o local, que está interditado por conta da enchente desde a primeira semana do mês de maio, se encontrava.
Ainda sem previsão de reabertura, o momento é de limpeza. Foi possível observar diversos lojistas trabalhando para tentar recuperar o que sobrou dos seus estabelecimento. A luz ainda não retornou, o que dificulta ainda mais esse processo. Segundo a prefeitura, foram disponibilizados geradores para que os comerciantes utilizem lava-jatos no processo de restauração dos materiais.
Welsey de Oliveira se vê em uma situação complicada. Gerente de duas lojas no térreo, luta para recuperar o pouco que sobrou. "Perdemos praticamente tudo. Os materiais ficaram muitos dias submersos e apodreceram. Vai quase tudo fora. Teremos que começar do zero", descreve o gerente do Café do Mercado.
Welsey de Oliveira, gerente de Café do Mercado. Limpeza no mercado público após enchente. Lama. Falta energia eletrica.
TÂNIA MEINERZ/JC
A limpeza já está acontecendo há uma semana, entretanto a falta de luz atrapalha bastante. "Está bem difícil porque a sujeira já está impregnada. Dependemos dos geradores para conseguir fazer a limpeza, porém estes estão distantes das nossas lojas e demandam bastante gasolina", descreve Oliveira.
O secretário municipal de Administração e Patrimônio, André Barbosa, vê o processo de limpeza como perto da finalização. "O mutirão se encontra bem avançado, na fase 2. Os mercadeiros estão fazendo a limpeza de suas respectivas lojas. Estamos trabalhando no conserto da rede elétrica e trocando disjuntores. Talvez essa semana a luz já retorne", aponta o secretário.
Ele ainda afirma que, como forma de apoio aos comerciantes, foram suspensas as cobranças das outorgas pelas permissões de uso por prazo indeterminado. "Logo mais conversaremos com eles para redefinir prazos e facilitar as suas vida", relata Barbosa.
O presidente da associação dos permissionários do Mercado Público, Rafael Sartori, faz um balanço do prejuízo no local. "Realmente é muito grande o problema. Por exemplo, 70 disjuntores terão de ser trocados. O prejuízo chega na casa dos R$ 30 milhões. São R$ 3 milhões em perda de estoque, R$ 15 milhões em perda de receita e ainda mais R$ 10 milhões ou R$ 12 milhões em investimentos futuros na estrutura", avalia Sartori.
Limpeza no mercado público após enchente. Lama.
TÂNIA MEINERZ/JC
Em relação à recuperação futura, o presidente da associação conta que os lojistas possuem um fundo próprio, idealizado pelo secretário André Barbosa, que será utilizado para obras e melhorias . "Esse dinheiro era colocado no fundo como um extra no aluguel mensal. Hoje ele conta com R$ 6 milhões e será usado para subsidiar o aluguel dos próximos 12 ou até mesmo 24 meses", relata Sartori.
A assessoria de imprensa da CEEE Equatorial, responsável pelo abastecimento de luz no Mercado público, foi contata sobre a previsão de retorno, mas não respondeu até o fechamento da reportagem.
Limpeza no mercado público após enchente. Lama.
TÂNIA MEINERZ/JC