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Publicada em 31 de Maio de 2024 às 16:52

Defensoria Pública ajuíza ação contra Cobasi após morte de animais

Na unidade do Shopping Praia de Belas, pelo menos 38 animais foram encontrados sem vida

Na unidade do Shopping Praia de Belas, pelo menos 38 animais foram encontrados sem vida

Arthur Reckziegel/ Especial/JC
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A Defensoria Pública do Estado do Rio Grande do Sul (DPE/RS) ajuizou nesta sexta-feira (31) uma ação milionária contra a Cobasi, após animais terem sido vitimados pela enchente em duas lojas da marca em Porto Alegre.
A Defensoria Pública do Estado do Rio Grande do Sul (DPE/RS) ajuizou nesta sexta-feira (31) uma ação milionária contra a Cobasi, após animais terem sido vitimados pela enchente em duas lojas da marca em Porto Alegre.
Na ação, a Defensoria Pública cobra da empresa uma indenização de R$ 50 milhões por danos ambientais, à saúde pública, psicológicos à coletividade atingida — devido ao fato ter se tornado conhecido pelo público — e punitivos.
Na unidade localizada no subsolo do Praia de Belas Shopping, dezenas de aves, peixes e roedores foram deixados para trás após o estabelecimento ter sido evacuado no dia 3 de maio, em razão do avanço das águas do Lago Guaíba. Por cinco dias, o acesso à loja ainda era possível — o que foi notificado aos funcionários da Cobasi pelo shopping em diversos momentos — mas não houve mobilização para resgates. Ao menos 38 animais foram encontrados sem vida no local.
O defensor público João Otávio Carmona Paz, autor da ação e dirigente do Núcleo de Defesa Ambiental da DPE afirma que "nenhuma testemunha menciona ter visto algum funcionário da loja ir até o local conferir os animais, sequer para ver se tinham comida e água”. A gerente da loja, por sua vez, alega que havia deixado aos animais alimento suficiente para dois ou três dias, e que seguiu ordens de superiores para aguardar a evolução do alagamento, não retornando ao local.
Quanto à outra loja, situada no bairro São Geraldo, fortemente atingido pela cheia, funcionários fecharam o estabelecimento, comentando ter deixado comida e água suficientes para cinco dias, mas não voltaram por uma semana. No dia 11 de maio, o local foi invadido por ativistas que tentavam resgatar os animais. A operação foi bem sucedida e evitou um cenário similar ao da loja do Praia de Belas, mas três peixes e um pássaro já haviam morrido.
Carmona lembra que, além dos animais, muitas pessoas se tornaram vítimas do acontecimento: "a comunidade porto-alegrense, gaúcha e brasileira foi exposta a imagens terríveis de cadáveres boiando em um shopping center, imagens que remetiam diretamente ao cruel abandono por parte de seus tutores. Além disso, a pessoa jurídica atingiu gravemente a saúde pública. A decomposição dos cadáveres expôs e ainda está expondo pessoas a diversas doenças” — o contato de animais com água de esgoto infectada propicia a contaminação por leptospirose, raiva, hepatite, entre outras enfermidades.

Além dos R$ 50 milhões de indenização — valor que a Defensoria Pública ressalta corresponder a menos de 2% do faturamento da Cobasi anual — a ação requer que a loja seja proibida de comercializar animais. Também pede a proibição do uso de gaiolas fixadas e de difícil retirada e da comercialização de animais em locais identificados como de risco de inundação.

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