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Publicada em 28 de Maio de 2024 às 20:00

Governo do Estado adota novo referencial para o nível do Guaíba; cota de inundação é de 3,60 m

Lago já está muito próximo de retroceder à cota de inundação

Lago já está muito próximo de retroceder à cota de inundação

Metsul/Divulgação/JC
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Gabriel Margonar
Gabriel Margonar Repórter
Depois de um mês de maio conturbado e negativamente histórico em todo o Rio Grande do Sul, ao menos a cheia do Guaíba, em Porto Alegre, parece estar chegando ao fim. Com o nível do lago oscilando ao redor dos 3,70m e já próximo de retroceder a cota de inundação - agora de 3,60m -, equipes do Departamento Municipal de Água e Esgotos (Dmae) realizaram a reabertura de cinco comportas nesta terça-feira (28). 
Depois de um mês de maio conturbado e negativamente histórico em todo o Rio Grande do Sul, ao menos a cheia do Guaíba, em Porto Alegre, parece estar chegando ao fim. Com o nível do lago oscilando ao redor dos 3,70m e já próximo de retroceder a cota de inundação - agora de 3,60m -, equipes do Departamento Municipal de Água e Esgotos (Dmae) realizaram a reabertura de cinco comportas nesta terça-feira (28). 
As comportas abertas foram as de número 1 (próxima do Gasômetro), 4 (portão principal de acesso ao Cais Mauá), 11 (avenida Voluntários da Pátria com São Pedro), 12 (acesso a subida para a avenida Castelo Branco, pela Voluntários da Pátria) e 14 (próxima ao DC Navegantes). Segundo o Dmae, a reabertura é para auxiliar no escoamento das águas.
No mesmo dia, o governo do Estado divulgou uma mudança na forma de interpretar as medições do Guaíba. Conforme nota técnica, a nova régua instalada emergencialmente nas proximidades do Gasômetro para aferição do nível do lago não está na mesma altura da antiga, na estação do Cais Mauá, destruída pela enchente no dia 2 de maio. No novo local, geograficamente mais alto, a cota de inundação do corpo hídrico é de 3,60m, enquanto a de alerta é de 3,15m.
Sendo assim, nos armazéns do Cais, também já é perceptível uma queda significativa no volume das águas. Lá, o nível está muito próximo dos 3m (índice de alagamento local), com a água extravasando ainda por conta dos ventos e ondas, mas em uma intensidade muito menor do que em dias anteriores. Segundo o Executivo estadual, a régua destruída será reinstalada, quando possível. 
Para o pesquisador do Instituto de Pesquisas Hidráulicas (IPH) da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Ufrgs), Fernando Meirelles, a tendência é de que situação se mantenha a mesma nos próximos dias.
"Tem água chegando pelos rios Jacuí e Taquari por causa das chuvas e mais precipitação prevista para domingo aqui em Porto Alegre. Não será nada significativo, não temos receio de um novo repique durante o evento atual, mas enxergamos que o Guaíba ficará estacionado na casa dos 3m no Cais do Porto pelos próximos dias e, estará mais normalizada, abaixo da cota de inundação, somente na segunda semana de junho", explica.
De acordo com o pesquisador, o nível 'normal' do lago, de 1,80m, por outro lado, ainda demorará para ser retomado. Conforme explica, as várzeas, inundadas, levam mais tempo para chegar na bacia hidrográfica e manterão o nível do Guaíba elevado até o final de julho.
Em relação às mudanças nas medições do Guaíba, o IPH planeja, ainda nos próximos meses, divulgar uma pesquisa com o nível exato que o lago atingiu no Cais Mauá, afim de estabelecer uma comparação correta com a enchente de 1941. De todo modo, o Instituto garante que essa realmente é a maior cheia da história do corpo hídrico, desde o inicio dos registros
 

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