Diante da forte chuva que atingiu Porto Alegre entre a madrugada e a manhã desta quinta-feira (23), o trânsito se transformou em um cenário de caos em pontos mais alagados. Os mais de 100 mm que caíram em menos de 12 horas surpreenderam a população e, principalmente, os órgãos públicos responsáveis pelo controle das inundações.
Próximo das 14h30min, a Empresa Pública de Transporte e Circulação (EPTC) divulgou que haviam 86 ocorrências em aberto na Capital, sendo 55 com bloqueio total de vias. Desde então, a Avenida Sarandi nos dois sentidos entre a rua Henrique Schneider e a avenida Raphael Zippin também precisou ser completamente interditada.
As principais avenidas da cidade destacam a dificuldade da locomoção, situação que se agrava por conta do bloqueio de faixas. Pontos que haviam sido desobstruídos há cerca de uma semana voltaram a ser interditados. É o caso da avenida Praia de Belas, que voltou a inundar. Na sua volta, o bairro Menino Deus também sofreu com a volta da cheia.
O diretor de operações da EPTC, Carlos Pires, relata que o Extremo Sul foi a região mais afetada pelo repique, e que o órgão está inteiramente deslocado para as ruas: “além do que já tinha alagado, o Sul sofreu bastante porque choveu muito na região de Belém Novo e Restinga. Todo o efetivo da EPTC foi para a rua. Cerca de 300 agentes trabalhando, e o objetivo total é de 500 pessoas atuando ao longo das 24 horas do dia”. Ele ainda destaca que não há previsão para que os bloqueios sejam removidos. Nesta sexta-feira, a chuva deve seguir em Porto Alegre.
Pela primeira vez durante a tragédia que assola o Estado, as avenidas Otto Niemeyer e Cavalhada ficaram inviáveis para circulação em determinados pontos. Na tarde desta quinta, os dois lados da via foram interditados. Em paralelo, o Exército realizava o resgate de crianças ilhadas em uma creche localizada no epicentro da cheia.
Na saída da Capital, o novo corredor humanitário ficou repleto de buracos. Pires afirma que a via seguirá aberta para circulação, mas alerta para o congestionamento intenso no local. A EPTC voltou a solicitar que os motoristas procurem outro acesso à cidade ou interior, para facilitar a chegada de veículos essenciais.