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Publicada em 22 de Maio de 2024 às 14:59

Nível do Guaíba baixa de 4 metros no 20º dia da enchente em Porto Alegre

Na maior parte do Centro Histórico, água do Guaíba já baixou, deixando rastro de sujeira

Na maior parte do Centro Histórico, água do Guaíba já baixou, deixando rastro de sujeira

Maria Amélia Vargas/Especial/JC
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Juliano Tatsch
Juliano Tatsch Editor-assistente
A enchente do Guaíba chegou ao vigésimo dia nesta quarta-feira (22) e o nível do lago baixou de 4 metros pela primeira vez desde o dia 3 de maio. A enchente de 2024 ultrapassou a de 1941 no que diz respeito à cota máxima das águas do lago e se aproxima dela em relação ao total de dias em que Porto Alegre permanece alagada.
A enchente do Guaíba chegou ao vigésimo dia nesta quarta-feira (22) e o nível do lago baixou de 4 metros pela primeira vez desde o dia 3 de maio. A enchente de 2024 ultrapassou a de 1941 no que diz respeito à cota máxima das águas do lago e se aproxima dela em relação ao total de dias em que Porto Alegre permanece alagada.
Em 1941, conforme os registros, a enchente na capital gaúcha durou 22 dias, com o nível do Guaíba chegando à marca 4,76 metros. Em 2024, o lago subiu de um modo que nunca havia subido antes, batendo em 5,35 metros na madrugada do dia 5 de maio.
No vigésimo dia de cheia, a água já baixou na maior parte do Centro Histórico, permanecendo alagadas as vias mais próximas do Guaíba, como parte das avenidas Mauá, Júlio de Castilhos e da rua Voluntários da Pátria.
No Largo Glênio Peres – onde fica o Mercado Público –, e a Rua dos Andradas (Rua da Praia), compreendendo espaços como a Praça da Alfândega, o alagamento não existe mais, continuando algumas poças isoladas e, além da lama acumulada, a marca nos prédios indicando a altura em que a água chegou.
Em direção à Zona Sul da cidade, o bairro Menino Deus também já secou, assim como o Cidade Baixa, fortemente afetados pela inundação após a Estação de Bombeamento de Águas Pluviais (Ebap) 6 parar de funcionar no início da tarde do dia 6 de maio.
Na Zona Norte, porém, o cenário pouco mudou, com o nível da água baixando lentamente. Nos bairros Humaitá e Sarandi, a água continua alta, impedindo a volta dos moradores para as suas casas.
EVANDRO OLIVEIRA/JC
Na região da Arena do Grêmio, água segue alta impedindo o retorno dos moradores (Evandro Oliveira/JC)
Conforme o monitoramento realizado pela Agência Nacional de Águas e pela Secretaria Estadual de Meio Ambiente (Sema), o Guaíba baixou dos 4 metros por volta das 23h30min de terça-feira (21), mantendo a tendência de baixa no decorrer da madrugada e pela manhã desta quarta-feira, com uma pequena oscilação para cima, indicando represamento das águas na Lagoa dos Patos em razão do vento Sul, o que dificulta o escoamento.
O patamar abaixo dos 4 metros foi consolidado nesta quarta-feira (22). Às 9h15min, a cota estava em 3,89 metros, subindo para 3,92 metros às 13h.
Mais de 12 mil pessoas seguem fora de suas casas em Porto Alegre, sendo acolhidas em 140 abrigos. Além dessas, há aquelas que deixaram o local onde moram e foram abrigadas em casas de familiares ou amigos, e que não entram na contagem oficial da prefeitura.
Serviços públicos essenciais continuam fortemente afetados. De acordo com a Secretaria Municipal de Saúde, 21 Unidades de Saúde ainda estão fechadas e outras 10 estão abertas, mas com restrição no horário de atendimento.
Na rede municipal, as aulas já foram retomadas 228 escolas (68 próprias e 160 conveniadas). Já nas escolas estaduais, as aulas seguem suspensas em Porto Alegre por tempo indeterminado.
Passados 20 dias do início da enchente na Capital, 43 mil clientes ainda estão sem o fornecimento de energia elétrica na cidade.
Já no comércio, lojistas atuam na limpeza de seus estabelecimentos, calculam os prejuízos e unem esforços para reabrir as lojas. Atingido principalmente na área de estacionamento e fechado desde o dia 4 de maio, o Praia da Belas Shopping reabriu nesta quarta-feira. Segundo a Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) Porto Alegre, somente na primeira semana de inundação, o comércio da cidade registrou uma perda de mais de R$ 300 milhões em vendas.

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