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Publicada em 21 de Maio de 2024 às 21:00

Ufrgs publica mapeamento de imóveis desocupados em Porto Alegre

Pesquisadores criticam criação de novos espaços para abrigos antes da ocupação dos vazios

Pesquisadores criticam criação de novos espaços para abrigos antes da ocupação dos vazios

Divulgação/Faurgs/JC
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Gabriel Margonar
Gabriel Margonar Repórter
Com as águas do Guaíba recuando e Porto Alegre ainda buscando encontrar um "novo normal", o prefeito Sebastião Melo já admite a busca por alternativas para o remanejamento dos 12.600 desabrigados pela tragédia na Capital. A proposta inicial do Executivo é transferir essas pessoas para habitações temporárias, liberando assim, a retomada dos locais que estavam sendo usados como abrigo, principalmente, escolas. Uma das opções que ganhou força nos últimos dias é o erguimento de "cidades provisórias".
Com as águas do Guaíba recuando e Porto Alegre ainda buscando encontrar um "novo normal", o prefeito Sebastião Melo já admite a busca por alternativas para o remanejamento dos 12.600 desabrigados pela tragédia na Capital. A proposta inicial do Executivo é transferir essas pessoas para habitações temporárias, liberando assim, a retomada dos locais que estavam sendo usados como abrigo, principalmente, escolas. Uma das opções que ganhou força nos últimos dias é o erguimento de "cidades provisórias".
Porém, a proposta vem recebendo uma enxurrada de críticas devido à alta demanda de imóveis desocupados na cidade. Recentemente, o Laboratório Cidade em Projeto (CPLab) da Faculdade de Arquitetura da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Faufrgs), desenvolveu um mapeamento com a localização de todas as edificações com espaços vagos.
De acordo com o documento, há 154 imóveis alienados pela prefeitura e 20 desocupados pela União. A região com mais propriedades vazias é a do bairro Restinga, com 64 imóveis, seguida do Centro Histórico, com 26 e da Azenha, com 14.
Os pesquisadores sugerem que as unidades sejam reformadas e adaptadas para resolver o problema de moradia causado pela catástrofe. Segundo a professora e idealizadora do inventário, Clarice Misoczky, é preciso utilizar os imóveis já existentes antes de pensar na construção de novos.
"Esses locais não estão cumprindo suas funções sociais, de ocupação. Por isso a importância, ainda mais neste momento, de olharmos para eles. Porto Alegre possui, a cada ano que passa, mais imóveis vazios… Será que a resposta é construir outros?", indaga.
Além da utilização de espaços públicos, Clarice também propõe uma análise sobre a compra de imóveis privados desocupados. "É importante que o Poder Público também esteja atento à grande quantidade de imóveis que estão à venda e desocupados na cidade. São respostas possíveis, principalmente, por demandarem um tempo menor", completa.
O mapa foi realizado com base nos dados dos Anexos I e II da Lei Complementar Nº 942/ 2022. A Lei prevê a alienação dos imóveis públicos para venda, permuta ou doação. Ao total foram alienados 154 imóveis. Já os dados dos imóveis da União, foram disponibilizados pela Secretaria de Patrimônio da União (SPU).
No momento, os pesquisadores estão trabalhando na tipificação de cada imóvel (prédio, casa, sala comercial, etc.) para posterior investigação das condições do local. Para a visualização completa do mapa, acesse: https://bit.ly/imovpoa
 

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