O nível das águas do lago Guaíba continua baixando e atingiu 4,28 metros às 19h deste domingo (19), segundo o medidor do Cais Mauá, em Porto Alegre. A marca baixou mais de 20 centímetros em relação ao registrado na noite de sábado, quando estava em 4,55 metros.
"A retomada da curva de baixa ocorre depois de três dias de recuo entre a quarta e a sexta-feira, confirmada pela estabilidade no sábado, quando as águas praticamente não baixaram ao longo do dia com pequenas oscilações para cima e para baixo", informou a MetSul, empresa de monitoramento meteorológico.
Apesar do recuo, o nível do Guaíba segue mais de 1 m acima da cota de transbordamento do Centro Histórico, o que faz com que parte da Capital ainda permaneça alagada. Está é a maior cheia do lago já documentada em 150 anos de medições, com o pico registrado sendo meio metro superior à cheia de 1941 que, até então, tinha sido a maior do Estado.
Três comportas estão abertas com o objetivo de permitir o escoamento da água que ainda inunda as principais ruas do Centro da cidade. Na sexta-feira, a comporta de número 3, da avenida Mauá (esquina com a rua Padre Tomé), fechada desde o dia 2, foi derrubada pelo Departamento Municipal de Água e Esgotos (Dmae).
A decisão de abrir a comporta foi tomada, de acordo com o departamento, devido à diminuição do nível do Guaíba. Foi identificada uma diferença de 40 centímetros entre a água da Mauá em relação ao Cais, segundo a prefeitura.
Além de um rebocador de navios e equipes do Dmae, a retirada da comporta contou com apoio da Guarda Civil Metropolitana de São Paulo e teve como objetivo permitir que técnicos acessem as casas de bombas 17 e 18.
O Guaíba deve permanecer acima dos 4 m nos próximos dias e da cota de inundação, que é de 3 m, ao menos até o final do mês, devido à possibilidade de mais chuva.
De acordo com o último boletim divulgado pela Defesa Civil, publicado às 18h de ontem, 157 pessoas perderam a vida por conta das fortes chuvas. Outras 88 pessoas seguem desaparecidas.
O número de municípios afetados também aumentou de 461 para 463 (do total de 497) de sábado para domingo. Ao todo, as chuvas afetaram 2,336 milhões de pessoas, forçando 617 mil pessoas a abandonarem suas casas, sendo 581 mil desalojados e outras 76.955 pessoas morando em abrigos.