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Publicada em 17 de Maio de 2024 às 13:08

Viagem pela Freeway leva 40 minutos sentido Gravataí-Porto Alegre

Chegada a Porto Alegre se deu pelo corredor humanitário

Chegada a Porto Alegre se deu pelo corredor humanitário

EVANDRO OLIVEIRA/JC
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Stéfani Rodrigues
Stéfani Rodrigues Estagiária do GeraçãoE
Um trajeto que normalmente dura uma hora, dependendo do ponto de partida, durou cerca de 40 minutos na manhã desta sexta-feira (17), quando foi realizada a primeira viagem de Gravataí para Porto Alegre após a enchente histórica que atingiu o Rio Grande do Sul. A saída inusitada não foi de nenhuma garagem da empresa de transportes Sogil, responsável pelo transporte intermunicipal do município, mas de uma parada quase na divisa com Cachoeirinha. A chegada à Capital se deu pelo corredor humanitário.
Um trajeto que normalmente dura uma hora, dependendo do ponto de partida, durou cerca de 40 minutos na manhã desta sexta-feira (17), quando foi realizada a primeira viagem de Gravataí para Porto Alegre após a enchente histórica que atingiu o Rio Grande do Sul. A saída inusitada não foi de nenhuma garagem da empresa de transportes Sogil, responsável pelo transporte intermunicipal do município, mas de uma parada quase na divisa com Cachoeirinha. A chegada à Capital se deu pelo corredor humanitário.
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Para não sobrecarregar a linha, a empresa a transformou em algo inédito para a cidade até então: uma integração. Os cidadãos podem pegar qualquer ônibus municipal e descer em um dos três pontos pelo qual ele passas, e ingressar na linha que traz o letreiro “corredor humanitário/Gravataí p.59” pagando somente o complemento da passagem, que segue o mesmo valor da tabela comum da empresa para o transporte até o centro de Porto Alegre, R$ 10,30.

Chegando no ponto de saída da linha, a parada 62, às 6h38min, embarquei no ônibus que levava pouco mais de 20 pessoas. Poderia até parecer um dia normal, não fosse pela falta de superlotação característica do horário. O trajeto seguiu tranquilo, passando pela Paróquia Nossa Senhora de Fátima, que marca a divisa de Gravataí com Cachoeirinha, adentrando a avenida General Flores da Cunha e em seguida a rua Papa João XXIII, acesso à Freeway.

Essa foi a primeira alteração num percurso que realizo quase todo dia. Normalmente, a linha segue a Flores da Cunha rumo à ponte que liga Cachoeirinha à Porto Alegre, que agora segue inacessível devido ao nível do rio Gravataí. Com trânsito quase desértico, o caminho até a Capital seguiu quase como habitual. O retorno ao sentido litoral, ao lado da Polícia Rodoviária Federal (PRF) estava fechado.
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A velocidade, no entanto, foi reduzida, não de supetão, mas diminuindo cada vez mais até se tornar o famoso para-e-arranca, tão habitual desse caminho. O motivo, no entanto, não é o mesmo de todo dia. Outrora uma via extremamente movimentada, hoje a lentidão se deu pela via que teve de ser aberta emergencialmente, tornando a pista do sentindo litoral x Capital utilizada para ambos os sentidos logo após a Arena do Grêmio. Em fila indiana, ônibus, caminhões e pouquíssimos veículos leves acessavam ou deixavam Porto Alegre nesta manhã.

Diferente de qualquer outro dia ‘útil’, a sexta-feira não possuía reclamações ou comemorações de um fim de semana chegando. Tampouco havia qualquer expressão de felicidade naqueles que chegavam à Capital. O pequeno lapso de alívio daqueles que deixaram o ônibus em seu primeiro ponto, ao lado da Ufrgs, virou incerteza.
Fervorosos e confusos, gravataienses olhavam uns aos outros questionando-se de onde estariam saindo os ônibus para determinada região da cidade. O trajeto até a primeira parada em Porto Alegre levou 33 minutos, o que pode ser considerado até mais rápido que o trajeto normal, que dura aproximadamente uma hora, mas o silêncio e a incerteza de cada um daqueles trabalhadores sobre como serão os próximos dias, fez com que os 28km que separam as duas cidades virasse um terrível abismo de dúvidas sobre o futuro do Estado.

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