Os danos causados pelas enchentes no Rio Grande do Sul já afetam a economia do Estado em larga escala. A cidade de Gramado, destino turístico muito procurado por brasileiros e estrangeiros, é uma dessas localidades que sofre com o impacto dos desastres naturais e com o fechamento do aeroporto Salgado Filho.
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O secretário de turismo da cidade, Ricardo Bertolucci, fez uma projeção das finanças do munícipio para os próximos meses. "Hoje o impacto é de quase R$ 100 milhões. Isso foi calculado pelo Sindicato das Empresas de Turismo no Estado do Rio Grande do Sul (SindeTur-RS), baseando-se principalmente nos meses de maio e junho nos quais já existiram diversos cancelamentos de reservas entre outras coisas", aponta.
Segundo informação da Fraport, concessionária que administra o Aeroporto Salgado Filho, o local ficará fechado pelo menos até o fim do mês de maio. Entretanto, especula-se que o período de fechamento possa se estender por mais tempo. "A falta do aeroporto terá um impacto gigantesco, ainda mais porque não temos certeza da data de reabertura, por isso não podemos ficar parados esperando", pondera Bertolucci.
O munícipio, de acordo o secretário, atuará em duas linhas de frente para estabelecer a economia: a tentativa de viabilização de um outro aeroporto do Estado e um trabalho grande no turismo rodoviário na região e também no Mercosul. "Temos um grupo de empresários atuando junto com o poder público em uma série de ações estratégicas para estruturarmos comunicações afim de atingir futuros turistas."
Na questão da aviação, Gramado trabalha com a possibilidade da utilização da base área de Canoas. "No melhor dos cenários, o Salgado Filho abrirá em julho. Também estamos tratando a possiblidade de utilizar os aeroportos de Caxias do Sul e Torres, mas acredito que a mais viável seja a base aérea de Canoas", alerta Bertolucci.
O secretário ainda mostra preocupação com uma possível represália do público aos comunicados relacionados à economia da cidade. "Não queremos colocar o turismo acimas das vidas, queremos auxiliar o município. Trabalhar o turismo de Gramado não é insensibilidade, pelo contrário, se não fizermos isso será mais um problema para o Estado. Hoje, 86% da economia de cidade gira em torno disso."