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Publicada em 15 de Maio de 2024 às 10:19

Estado desconhece número de pessoas com leptospirose devido às enchentes

Resultados preliminares do IPH, que analisa água da enchente, serão divulgados na próxima semana

Resultados preliminares do IPH, que analisa água da enchente, serão divulgados na próxima semana

THAYNÁ WEISSBACH/JC
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Fabrine Bartz
Desde o início das fortes chuvas no Rio Grande do Sul, tanto a Secretaria Estadual de Saúde (SES) quanto às secretarias municipais orientam à população referente aos sintomas de leptospirose. No entanto, com mais de 15 dias em meio à enchente, o governo gaúcho desconhece o número de pessoas contaminadas pela doença, pois trata-se de um período de incubação. A SES estima um aumento expressivo nas próximas semanas. Além disso, devido ao alagamento no Centro de Tecnologia da Informação e Comunicação do Estado (Procergs), não é possível acessar o número de pessoas infectadas pela doença no restante do ano e em enchentes anteriores como a do Vale do Taquari, em setembro do ano passado. Isso porque os sistemas estão fora do ar, o que vale também para o Painel de Monitoramento da Dengue.
Desde o início das fortes chuvas no Rio Grande do Sul, tanto a Secretaria Estadual de Saúde (SES) quanto às secretarias municipais orientam à população referente aos sintomas de leptospirose. No entanto, com mais de 15 dias em meio à enchente, o governo gaúcho desconhece o número de pessoas contaminadas pela doença, pois trata-se de um período de incubação. A SES estima um aumento expressivo nas próximas semanas.

Além disso, devido ao alagamento no Centro de Tecnologia da Informação e Comunicação do Estado (Procergs), não é possível acessar o número de pessoas infectadas pela doença no restante do ano e em enchentes anteriores como a do Vale do Taquari, em setembro do ano passado. Isso porque os sistemas estão fora do ar, o que vale também para o Painel de Monitoramento da Dengue.
Uma nota técnica divulgada pela Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI) recomenda o uso de remédios para a prevenção contra leptospirose para as pessoas que estão em situação de alto risco no Estado com as enchentes. O documento considera que as pessoas expostas às águas por período prolongado, como socorristas de resgates e voluntários, são de alto risco e recomendam o uso de medicamentos preventivos. O principal é o doxiciclina, que deve ser administrado em dose única para adultos e com base no peso corporal para crianças.

“No atendimento, não categorizamos o tipo de público, mas há tanto moradores da cidade quanto voluntários”, explica a enfermeira Jana Ferrer, chefe da equipe de Vigilância de Doenças Transmissíveis de Porto Alegre. Conforme a profissional, uma pessoa que apresente sintomas como febre alta e dor no corpo, após exposição com a água contaminada, já é considerada um caso suspeito de leptospirose.
Em Porto Alegre, 16 pontos realizam a coleta de exames. As Clínicas da Família Álvaro Difini, Campo da Tuca, 1º de Maio, Morro Santana e IAPI estão abertas à população. Assim como as Unidades de Saúde Camaquã, Bom Jesus, Conceição, Chácara da Fumaça, Ramos e Rubem Berta, além das Unidades de Saúde São Carlos e Mapa. O Laboratório Central da Capital e o Laboratório Municipal do Hospital Materno Infantil Presidente Vargas e o Centro de Saúde Murialdo também são pontos de coleta.

Durante o período de resgate, o Instituto de Pesquisas Hidráulicas (IPH) da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Ufrgs) iniciou a coleta de amostras para uma análise de identificação. “A ideia é tentar caracterizar a água da inundação para saber com mais de precisão a que as pessoas estão expostas”, explicou Maurício Paixão.
• LEIA TAMBÉM: Veja outras doenças que podem ter aumento de casos devido às cheias

O IPH dispõe de barcos e atuou diretamente nas ações de resgate no bairro Humaitá e na Região das Ilhas. Até o momento, foram coletadas 100 amostras dos dois lados do Guaíba. A pesquisa considera 52 parâmetros. Até então, foi identificada uma grande quantidade de fósforo, o que indica poluição de carga orgânica similar à água de esgoto. Os primeiros resultados devem ser divulgados na próxima semana.

Conforme a SES, os casos de dengue aumentaram desde o início das chuvas. Até esta segunda-feira (13), 1190.388 casos de dengue foram notificados no Rio Grande do Sul, dos quais 116.517 foram confirmados, 38.463 descartados e 31.931 ainda estão em investigação. O Estado contabiliza 138 óbitos pela doença.

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