Precisando aliviar o acesso a Porto Alegre para a chegada de mantimentos e mão de obra que auxilia no combate a enchente no Rio Grande do Sul, a prefeitura da Capital liberou o uso do corredor humanitário construído na avenida Castelo Branco, próximo ao túnel da Conceição.
Para que a obra fosse viabilizada, a passarela próxima ao túnel precisou ser demolida na sexta-feira (10) pela manhã. A via foi inaugurada posteriormente, no final do dia, e conta com fluxo intenso de caminhões do exército, ambulâncias e demais veículos autorizados para circulação - carros de perícia, escoltas e etc.
Entre chegadas e saídas, o local também ajuda a diminuir o trânsito na RS-118 e RS-40, principais meios de acesso à Região Metropolitana, que estão constantemente engarrafadas por conta do bloqueio de outras estradas afetadas pelas cheias.
A inauguração da estrada diminuí o trânsito na RS-118 e RS-40. FOTO: Evandro Oliveira/JC
O diretor de operações da Empresa Pública de Transporte e Circulação (EPTC), Carlos Pires, explica o funcionamento do espaço: “Era extremamente necessário diminuir o grande movimento na entrada da cidade, e o corredor está funcionando muito bem. As cargas estão chegando mais rápido e os veículos de emergência tem o ponto perfeito para entrar praticamente no centro de Porto Alegre. Não temos filas e os agentes estão ali 24 horas por dia liberando a passagem”.
Com o combate à tragédia sendo a prioridade, automóveis não essenciais estão com o acesso negado. A tendência é que este cenário se mantenha. O entorno, como a avenida Farrapos e a rodoviária, segue alagado e intransitável.
Pires ainda destaca que o principal foco da via está na chegada de itens essenciais neste momento de crise. “A grande maioria dos veículos que estão chegando trazem cargas para o município. Desde combustível, alimentação e doações para os desabrigados. A facilidade para trazer esse tipo de carga era exatamente o que a gente precisava”, disse. Mesmo com chuva na manhã deste sábado, a circulação seguiu a mesma.
O diretor enfatiza, no entanto, que o movimento deve subir ainda mais nos próximos dias. Questionado sobre uma possível demora para construir o corredor humanitário, ele destacou a necessidade de voltar as forças a outros pontos de urgência quando a Capital foi atingida pela enchente. "Nossa prioridade inicial entre sábado (4) e domingo era trabalhar no dique no Sarandi, para que não houvesse o rompimento da estrutura. Assim que estabilizamos aquela situação, começamos a trabalhar na passagem".