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Publicada em 10 de Maio de 2024 às 18:23

Região Sul do Estado terá aumento no nível da água neste final de semana

Em Rio Grande, o nível da água atingiu 2,20 metros e ultrapassou a marca de 1941

Em Rio Grande, o nível da água atingiu 2,20 metros e ultrapassou a marca de 1941

Ivo de Moraes Sória/Especial/Jornal Cidades
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Fabrine Bartz
A chuva prevista no fim de semana, segundo o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), para a Serra Gaúcha e o Norte do Estado, também agrava a situação dos municípios da região Sul do Estado. Arambaré, São Lourenço do Sul, Pelotas e Rio Grande enfrentam agora uma parcela do que o restante dos municípios gaúchos já lidam desde o final de abril.
A chuva prevista no fim de semana, segundo o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), para a Serra Gaúcha e o Norte do Estado, também agrava a situação dos municípios da região Sul do Estado. Arambaré, São Lourenço do Sul, Pelotas e Rio Grande enfrentam agora uma parcela do que o restante dos municípios gaúchos já lidam desde o final de abril.
O último boletim da Defesa Civil de Arambaré indica que o nível da Lagoa dos Patos, na ponte de pesca, marca 2,60 metros. “A cabeceira da ponte caramuru está com problemas. O que nos preocupa é que está marcando mais chuva e pode faltar energia, com mais problemas precisamos passar as pessoas de barcos e coletes”, alertou o prefeito Jardel Cardoso. A cidade decretou situação de emergência e as aulas foram suspensas nesta semana.
Atentos à situação no restante do Estado, a população de São Lourenço, em sua maioria, atendeu o pedido de evacuação da prefeitura. Mais de 2 mil pessoas saíram de casa. Ainda no domingo (5), o professor de Educação Física Ricardo Cardoso retirou sua mãe de casa como forma preventiva. “Levei para minha casa, que fica em uma região mais central da cidade. Na segunda-feira, já não se tinha mais acesso a casa dela, a água já batia nos joelhos”. Hoje, toda a família, incluindo Cardoso, não está mais na cidade.
Outra medida prévia foi a retirada de pessoas idosas de uma região próxima à lagoa. Além disso, 150 pessoas estão em quatro abrigos. O Corpo de Bombeiros, a Marinha do Brasil e a Brigada Militar já atuam no local. “Estamos preparados para buscar um quinto abrigo”, reforça o prefeito Rudinei Harter. O nível da água varia entre 2,57e 2,63 metros.
LEIA MAIS: São Lourenço do Sul projeta nível da Lagoa dos Patos em 3 metros

Rio Grande, na região portuária, encara a maior enchente da história. Isso porque o nível da Lagoa dos Patos atingiu 2,20 metros e ultrapassou a marca histórica de 1941, quando foram registrados 2,05 metros. Conforme o prefeito Fábio Branco, nove abrigos estão disponibilizados na cidade. “Sentimos um impacto enorme. A água invadiu todas nossas encostas, e o que nos preocupa é o aumento do vento nos próximos dias”, complementa.

A Universidade Federal de Rio Grande (Furg), neste momento, atua também na prestação de serviços para outras cidades atingidas ao redor. A mais recente atualização apresenta uma projeção das condições de alagamento para diferentes regiões da cidade de Rio Grande. “Áreas que, socialmente, precisam de ajuda. Sabemos da dificuldade e avisamos” ressalta Branco.

Conforme a professora Elisa Helena Fernandes, as descargas do Guaíba e Camaquã são elevadas. “Muita chuva nas cidades do Norte significa que muita água chegará no Sul, o que tende a durar um tempo considerável - um mês com o sistema sujeito de variação de nível”. A explicação foi dada durante uma live da Furg, na tarde desta sexta-feira (10).

O cenário se repete na cidade vizinha Pelotas. A água começou a chegar no Balneário Laranjal, principalmente, na noite da quinta-feira (9). Ao mesmo tempo que a evacuação da área foi intensificada, o sistema de diques será reforçado. Variantes de correntes, ventos e a maré que envolvem a lagoa, impactam no avanço da água, no canal São Gonçalo e na lagoa Mirim. O canal chegou a 2,74 metros na tarde desta sexta. No entanto, segundo a projeção dos técnicos da Universidade Federal de Pelotas (UFPel), o nível pode chegar a 3,30 metros.

Cerca de 600 pessoas estão distribuídas em cinco abrigos, além de um específico para animais na Associação Rural. Segundo informações obtidas via assessoria, “o sistema complexo gera tempo para que seja possível se organizar para quando essa água, que está em Porto Alegre, descer”.

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