O levantamento divulgado no final da manhã desta sexta-feira (10) pelo Instituto de Pesquisas Hidráulicas (IPH) da Ufrgs indica um cenário de cheia duradoura do Guaíba. Após atingir no domingo (5) a marca histórica de 5,35 metros, o nível da água vem registrando recuo desde a quinta-feira (9), e era de 4,71 metros no final da manhã de hoje. Apesar disso, a diminuição é lenta e o retorno da chuva a Porto Alegre pode provocar um novo repique da água.
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“É possível que volte para acima de 5 metros, então uma recomendação importante é não voltar para as áreas de risco”, alerta Iporã Possantti, hidrólogo do IPH.
Além da chuva, a previsão de vento Sul no fim de semana contribui para manter o nível da água elevado na Capital, o que reforça que a crise ainda não acabou. O gráfico da previsão do nível do Guaíba mostra que a água deve seguir acima da cota de inundação, que é de 3m, até o dia 20 de maio, pelo menos.
“Nós estamos no meio da crise, houve uma fase de resgates que foi essencial e crítica. Agora, essa fase de resgate já está mais tranquila, mas é preciso pensar na questão do saneamento. As pessoas que estão desalojadas e precisam ter acesso à água e a serviços essenciais”, diz Iporã, reforçando que as informações devem fluir de forma eficiente para as populações não retornem a suas casas porque o nível pode subir de novo.
A Ufrgs desenvolveu um portal junto com colaboradores voluntários com modelos de previsão de elevação do nivel d'água, mapeamento de áreas afetadas pelas inundações e produção de informações críticas no enfrentamento da crise das cheias de maio de 2024 no Rio Grande do Sul. O material pode ser conferido no link https://storymaps.arcgis.com/stories/a81d69f4bccf42989609e3fe64d8ef48.