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Publicada em 09 de Maio de 2024 às 21:49

Equipe médica recebe desabrigados na Unisinos de São Leopoldo

Acampamento no campus da Unisinos abriga 1.200 pessoas

Acampamento no campus da Unisinos abriga 1.200 pessoas

/Lucas Pedro/Unisinos/JC
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Cássio Fonseca
Cássio Fonseca Repórter
Dentre os inúmeros abrigos montados ao redor do Rio Grande do Sul por conta das enchentes, o acampamento do campus da Unisinos de São Leopoldo chama a atenção por atuar em diversas frentes da área da saúde. Com cerca de 1.200 afetados pelas cheias recebidos em uma leva de sexta para sábado, o local está sob os cuidados de uma equipe formada, em sua maioria, por professores, egressos e alunos da universidade. O voluntariado atinge a marca de mil contribuintes.
Dentre os inúmeros abrigos montados ao redor do Rio Grande do Sul por conta das enchentes, o acampamento do campus da Unisinos de São Leopoldo chama a atenção por atuar em diversas frentes da área da saúde. Com cerca de 1.200 afetados pelas cheias recebidos em uma leva de sexta para sábado, o local está sob os cuidados de uma equipe formada, em sua maioria, por professores, egressos e alunos da universidade. O voluntariado atinge a marca de mil contribuintes.
É necessária a doação diária de alimentos - são produzidas 10 mil marmitas por dia, distribuídas em cinco refeições -, medicamentos e insumos. Com a chegada do frio, cobertores e roupas de inverno também surgem como urgência entre os donativos. A coordenadora adjunta do curso de Medicina, Cláudia Stadtlober, destaca o cuidado especial aos idosos.
"Recebemos um grupo de 32 pessoas mais velhas, muitas acamadas, e somos responsáveis pelos cuidados desde a alimentação até o banho. Com os dias conseguimos nos organizar melhor na estruturação do serviço", disse a professora. Trabalhando ainda com pediatria, obstetrícia e cuidados gerais, o grupo montou um ambulatório com funcionamento 12 horas/dia. Ainda há suporte emocional fornecido por psicólogos e psiquiatras.
O abrigo também recebe cachorros, gatos e coelhos, que precisam de uma área e equipe específica. Cláudia celebra a quantidade de ração que vem sendo doada, permitindo o cuidado dos quase 100 animais que acompanham as famílias.
Recebendo uma quantidade tão expressiva de pessoas em meio a uma tragédia dessa magnitude, o reitor da universidade, Sérgio Mariucci, considera inevitável a geração de conflitos entre os desabrigados. "Coloco dentro do âmbito do previsível. Me preocuparia se o conflito fosse de um nível de agressividade mais grave, mas não houve nada que indique criminalidade. Trata-se de um desentendimento entre pessoas em um nível de estresse muito alto".
Sobre a manutenção do local nas próximas semanas, Mariucci não descarta o retorno das aulas (suspensas até o dia 18) com o espaço funcionando simultaneamente.
 

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