Devido ao alagamento no Centro Histórico de Porto Alegre, que virou uma extensão do Guaíba, diversos peixes começaram a aparecer mortos. Na manhã desta quinta-feira (9), na Rua da Praia, próximo à Praça da Alfândega, e na Uruguai, a poucos metros da antiga prefeitura, garis e curiosos recolhiam os animais.
Sérgio Luis do Amaral caminhava segurando um lambari com um sorriso no rosto, mostrando a quem passava. “Era mais fácil ver (peixe) no rio Guaíba do que aqui na calçada, no asfalto”, compara ele com os tempos pré-enchente.
“Isso é a conta do óleo das casas de bomba que mandaram desligar. Assim, os peixes morrem. Uma situação caótica. Tá louco”, reclamava. “É muito crítico, não tem o que fazer.”
Gari que trabalha há 28 anos em uma cooperativa que recolhe dejetos da capital gaúcha, Luis Soares afirma nunca ter visto peixe na área. Agora, desde ontem, tem enchido sacolas deles para descarte. O profissional acredita, inclusive, que possam aparecer outros bichos quando a água baixar, assim como aconteceu no bairro Menino Deus, onde um jacaré foi avistado.
“Não encontramos nenhum outro animal, mas vai aparecer depois. Conforme vai descendo, vai aparecer muita coisa estranha que a gente nem imagina”, disse, acrescentando que a quantidade de madeiras e lixo também provocam as mortes tão longe da orla.