O cenário na Zona Norte de Porto Alegre, nas proximidades da avenida Benjamin Constant com a Terceira Perimetral, é de catástrofe. Centenas de pessoas que vivem em bairros da região estão sendo resgatadas e de barco, por caminhões do Exército, ou mesmo a pé.
O socorro tem como base o viaduto José Eduardo Utzig, onde foi montado um "hospital de campanha", com ambulâncias, policiais, bombeiros e Exército. Todos estão ali para atender as centenas de vítimas que chegam diariamente - deixaram suas casas que foram inundadas.
Os voluntários criaram um "cordão de isolamento" para as pessoas resgatadas de barco recebam os primeiros atendimentos. Além do acolhimento para as vítimas, o "hospital de campanha" tem espaço destinado para o atendimento de cães e gatos. A estudante de veterinária Giovana Lumertz disse que os animais chegam com hipotermia e são medicados.
Na avenida Brasil e também na rua Cairú, a todo o momento chegam caminhões do Exército carregados de pessoas resgatadas nas regiões dos bairros Humaitá e Vila Farrapos.
Residentes no bairro Humaitá, o casal Valentina Parlatto e Richard Centeno, que estavam com filho Christopher, de três anos, chegaram em um colchão inflável. Eles levaram quase três horas para chegar até a avenida Brasil na segunda-feira. "A minha rua Professor João de Souza Ribeiro está sem luz e sem água. É um cenário desolador", afirmou Valentina, que está grávida.
Joseane Andrade, proprietária da estofaria Derli Dias, localizada na avenida Ceará, estava com o seu estabelecimento completamente alagado. Joseane também ajudou a transportar duas médicas que prestaram socorro a uma senhora que sofreu um infarto na avenida Benjamin Constant.
No lado Norte, a rua Pereira Franco que permite o acesso de quem vem do interior do Estado para acessar a Zona Sul de Porto Alegre, estava totalmente alagada. O mesmo aconteceu no sentido Sul/Norte na rua Souza Reis. A via, normalmente usada para acessar o aeroporto, ficou totalmente alagada e é usada como base de barcos e jet ski.