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Publicada em 07 de Maio de 2024 às 16:52

Veja outras doenças que podem ter aumento de casos devido às cheias

O contato com a água das enxurradas traz risco de contaminação por bactérias e vírus

O contato com a água das enxurradas traz risco de contaminação por bactérias e vírus

Carlos FABAL/AFP/JC
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Luciane Medeiros
Luciane Medeiros Editora Assistente
Além do risco de contaminação por leptospirose, outras doenças podem ter um aumento no número de casos neste período de enchentes no Rio Grande do Sul ou um agravamento. O alerta é do coordenador da Câmara Técnica de Infectologia do Cremers, Paulo Ernesto Gewehr Filho.
Além do risco de contaminação por leptospirose, outras doenças podem ter um aumento no número de casos neste período de enchentes no Rio Grande do Sul ou um agravamento. O alerta é do coordenador da Câmara Técnica de Infectologia do Cremers, Paulo Ernesto Gewehr Filho.
Hepatite A, gastroenterites e quadros de diarreias, por exemplo, também estão associadas a situações de cheias. “Sei de casos de diarreia infantil e crianças que estão precisando de soro de reidratação e está faltando nos abrigos”, conta o especialista.
Outro problema são as picadas e mordeduras de animais como escorpião, cobras e aranhas. Habituados a ficarem em lugares mais escondidos, eles também tiveram seus habitats inundados e agora estão mais expostos ao contato com os seres humanos. É preciso muito cuidado ao manusear caixas e outros objetos que possam servir de esconderijo para esses animais.
A interrupção nos tratamentos crônicos de doentes pela falta e dificuldade no acesso às medicações de doenças cardíacas, psiquiátricas, diabetes e outras enfermidades importantes potencializa a chance de crises agudas.
“E uma outra crise que estamos enfrentando é a desestruturação da nossa rede de saúde pública e também a privada porque as unidades estão fechadas e os trabalhadores da saúde não estão conseguindo chegar aos locais de trabalho. Nesse sentido, são várias crises que estão se montando e depois, mesmo com a água baixando, ainda vai ter reflexo na saúde das pessoas por um bom tempo, infelizmente”, projeta.
Em Porto Alegre, diversas unidades de saúde estão fechadas e em outras o atendimento ocorre com equipe reduzida. Os hospitais também foram afetados, com cancelamentos de alguns procedimentos. No sábado (4), o Hospital Mãe de Deus começou a remover os pacientes para outras instituições após a Emergência ser alagada.
Segundo Grewer, outros desastres naturais servem como exemplo para mostrar que várias ondas de problemas e de desafios vão surgir ao longo do tempo e será preciso resolver da melhor maneira. “As questões que a gente está resolvendo agora, muito provavelmente daqui talvez 10 a 15 dias não vão estar mais tão importantes, mas vão surgir outras”, afirma o médico.


Saiba mais outras doenças que podem ser agravadas devido às cheias no RS

  • Hepatite A - é transmitida por um vírus encontrado em alimentos que ficaram em contato com a água das inundações ou em meio ao barro e muito menos essa água. Isso vale para alimentos frescos, como verduras e legumes, e também embalados e embutidos.
  • Tétano - os ferimentos e cortes ocasionados por acidentes com galhos e outros objetos durante as cheias podem ser a porta de entrada para a bactéria Clostridium tetani, que causa o tétano acidental.

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