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Publicada em 07 de Maio de 2024 às 11:03

Com Menino Deus alagado, especialista diz que entrará ainda mais água

Resgate de moradores na avenida Getúlio Vargas, no bairro Menino Deus, foi feito com auxilio de voluntários e do Exército

Resgate de moradores na avenida Getúlio Vargas, no bairro Menino Deus, foi feito com auxilio de voluntários e do Exército

TÂNIA MEINERZ/JC
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Cláudio Isaías
Cláudio Isaías Repórter
As águas do Guaíba não terminaram de entrar em Porto Alegre e vão demorar para baixar. A situação de Porto Alegre é crítica e sem precedentes na história. Há uma perspectiva que vai entrar mais água na cidade. "A inundação ainda não terminou", diz o engenheiro ambiental Iporã Possantti, hidrólogo, Mestre em Recursos Hídricos e Saneamento Ambiental, doutorando do Instituto de Pesquisas Hidráulicas (IPH) da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Ufrgs).
As águas do Guaíba não terminaram de entrar em Porto Alegre e vão demorar para baixar. A situação de Porto Alegre é crítica e sem precedentes na história. Há uma perspectiva que vai entrar mais água na cidade. "A inundação ainda não terminou", diz o engenheiro ambiental Iporã Possantti, hidrólogo, Mestre em Recursos Hídricos e Saneamento Ambiental, doutorando do Instituto de Pesquisas Hidráulicas (IPH) da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Ufrgs).
Segundo Possantti, existe um sistema de proteção com bombas, muros e diques, porém há falhas nas comportas e infiltrações, o que resulta na entrada da água. Conforme o engenheiro ambiental, a normalização da situação na Capital poderá ocorrer no prazo de duas semanas. "Estamos em uma situação muito delicada porque o nível do Guaíba está muito alto e a tendência é da ocorrência de mais chuvas." O hidrólogo afirma que a inundação que atingiu o Rio Grande do Sul é a maior da história do Brasil.
De acordo com Possantti, existe a previsão de mais chuva o que vai resultar na elevação do nível do Guaíba. "Ou seja, vai continuar entrando água por muitos dias no Guaíba e vai demorar para sair da Capital", destaca. Possantti estima que cerca de 500 mil pessoas foram afetadas pelas enchentes na Região Metropolitana de Porto Alegre. "É sem precedentes na história o que aconteceu no Rio Grande do Sul", acrescenta. Em Porto Alegre, o engenheiro ambiental afirma que 80% dos moradores tenham sido afetados - estão sem água ou com risco eminente de racionamento.
TÂNIA MEINERZ/JC
O engenheiro ambiental afirma que mesmo com a estabilização do nível do Guaíba isso não quer dizer que a água não vai entrar na cidade. "Porto Alegre está num nível menor que o o Guaíba. Fizemos um mapeamento das áreas inundadas Onde não está inundado ainda vai estar porque a água continua entrando na Capital. Vai entrar mais água na Capital", comenta.
Para que as pessoas possam voltar para suas casas em bairros como o Menino Deus e Cidade Baixa, Possantti explica que será necessário o Guaíba baixar e parar de chover na bacia inteira, ou seja, em toda a parte dos rios dos Sinos, Jacuí, Caí e Taquari. "É uma área gigante que vai até Passo Fundo. Teria que parar de chover por um tempo muito grande ou diminuir a intensidade da chuva", destaca. Além disso, o engenheiro ambiental diz que o estuário da Lagoa dos Patos teria que dar conta de escoar a água para o Oceano. "Dependemos das condições de tempo e que a chuva prevista a região Sul do Estado não seja forte. Estamos numa situação terrível porque o nível do Guaíba está extremamente alto", acrescenta.
Como ponto positivo, o hidrólogo destaca o resgate das pessoas. "A situação em Porto Alegre vai demorar para voltar ao normal. O nível estabilizou fora da cidade. Tem lugar que a água segue entrando", explica. Em 1941, a água demorou 32 dias para baixar, e, segundo Possantti, não existe as mesmas condições de de 1941 quando havia o vento Sul que não é o caso de hoje. Em 1941, o nível da água do Guaíba chegou a 4,86 cm. Nesta terça-feira (7), o Guaíba estava em 5,25 cm.
TÂNIA MEINERZ/JC

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