O avanço da água das cheias sobre diversos bairros, áreas sem energia há pelo menos dois dias e sem abastecimento de água, óleo combustível para geradores terminando nos prédios e nos postos, prateleiras vazias e falta de produtos nos mercados. Após um final de semana de horror em Porto Alegre e Região Metropolitana, a segunda-feira (6) foi de debandada da Capital.
Desde domingo, muita gente já percebeu que a situação deve piorar antes de começar a melhorar. E que levará tempo. Talvez, muito. Então, famílias com endereços alternativos para abrigo fizeram o movimento de saída das áreas afetadas. Milhares pegaram a RS-040, por Viamão, rumo ao Litoral Norte.
O fluxo que ainda foi tranquilo no domingo, aumentou. Trânsito lento, automóveis carregados e paciência ao volante foram a tônica para uma viagem de cerca cinco horas e meia até Capão da Canoa no final da manhã. E cujo tempo de trajeto chegou a quase quatro horas no meio da tarde.
Pelo caminho, ambulâncias em alta velocidade cruzavam nos dois sentidos. Rumo à Capital, caminhões das Forças Armadas transportavam mais homens para reforçar o apoio, enquanto batedores escoltavam caminhonetes que puxavam barcos e lanchas em reboques, cuja missão era salvar e resgatar vidas.
Quem seguia viagem para longe do perigo maior levava um pouco de alívio, mas muito em agonia por aqueles que ficaram e precisam de ajuda. Mas, pela frente, a situação também não deve ser tão tranquila.
O movimento acima do normal para o período do ano nas praias gaúchas, onde muita gente passa preferencialmente apenas o verão, deve impactar nos mercados, farmácias e estabelecimentos de serviços, que terão alta demanda por produtos e atendimento. Então, mais uma vez, será preciso paciência. E tolerância. E solidariedade. Referências que, quem sabe, talvez pudessem ter ajudado a evitar que chegássemos à circunstância em que estamos.