Porto Alegre,

Anuncie no JC
Assine agora

Publicada em 06 de Maio de 2024 às 10:22

Cruzeiro do Sul registra maior número de mortes pelas chuvas no RS

Rio Taquari castiga a  cidade de Cruzeiro do Sul que conta com 12 mil habitantes

Rio Taquari castiga a cidade de Cruzeiro do Sul que conta com 12 mil habitantes

PRF RS/Defesa Civil/Divulgação/JC
Compartilhe:
Cláudio Isaías
Cláudio Isaías Repórter
Distante 126 quilômetros de Porto Alegre, o município de Cruzeiro do Sul, com 12 mil habitantes, é a localidade com mais mortes registradas em razão das enchentes que atingiram o Rio Grande do Sul: são oito mortes confirmadas que foram divulgadas nesta segunda-feira (6) pela Defesa Civil do Estado. As residências ao lado do Rio Taquari foram destruídas pela força das águas. No boletim, a cidade de Gramado registra sete mortes; Caxias do Sul, cinco; Santa Maria, cinco, Veranópolis, cinco e Bento Gonçalves, três óbitos.
Distante 126 quilômetros de Porto Alegre, o município de Cruzeiro do Sul, com 12 mil habitantes, é a localidade com mais mortes registradas em razão das enchentes que atingiram o Rio Grande do Sul: são oito mortes confirmadas que foram divulgadas nesta segunda-feira (6) pela Defesa Civil do Estado. As residências ao lado do Rio Taquari foram destruídas pela força das águas. No boletim, a cidade de Gramado registra sete mortes; Caxias do Sul, cinco; Santa Maria, cinco, Veranópolis, cinco e Bento Gonçalves, três óbitos.
Atingidas pela enxurrada da semana passada que devastou parte do Rio Grande do Sul e deixou milhares de desabrigados e resultou em 83 mortes no Estado, as casas do município de Cruzeiro do Sul viraram escombros. De acordo com a prefeitura, em algumas residências sobraram apenas as fundações e a paredes. Outras casas estão sem telhado, sem janelas e sem portas. A população urbana de Cruzeiro do Sul é de 7.476 (60,68%) e a rural 4.844 (39,32%). A cidade é composta por 6.163 mulheres (50,02%) e por 6.157 homens (49,98%).
Diante da preocupação com possíveis deslizamentos na área próxima a Casa Morro, a prefeitura de Cruzeiro do Sul contratou uma empresa especializada para a realização de laudo técnico sobre o comportamento do terreno - o documento foi emitido no domingo (5). Segundo o geólogo Cristiano Danieli, a vistoria foi feita em caráter de emergência somente para avaliação preliminar e tomada de decisão instantânea quanto ao risco de deslizamento ou tombamento de blocos que pudessem atingir as casas. A análise foi somente visual. A partir do que foi constatado em campo é possível afirmar: não foi identificado nenhuma trinca no solo na área avaliada nem blocos soltos e a inclinação média da área é moderada de maneira geral.
Segundo o parecer do geólogo, a área sofreu o fenômeno de rastejo, ou seja, as camadas de solo deslizaram sobre a rocha do substrato, gerando um rejeito diferencial conforme a zona, o que está evidenciado pelas rachaduras nas paredes de algumas casas, muros e calçada. O rastejo vem ocorrendo há mais de 40 anos nesta zona conforme declarações de moradores e vistoria realizada por este mesmo geólogo em 2011. A cada ocorrência de chuvas fortes há um leve deslocamento dos estratos de solo em direção (nordeste) gerando alguns danos nas estruturas de casas e nas vias do município.
As casas que já sofreram danos por conta da ocorrência do rastejo devem ser avaliadas por profissional da Engenharia Civil, segundo a prefeitura, para determinação do grau de comprometimento estrutural. Até o posicionamento final a recomendação é a não ocupação das residências.

Notícias relacionadas