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Publicada em 04 de Maio de 2024 às 14:14

Nível do Guaíba deve manter marca superior a 4 metros por até 10 dias

Eduardo Leite disse que um mutirão está sendo feito para mitigar danos das cheias

Eduardo Leite disse que um mutirão está sendo feito para mitigar danos das cheias

REPRODUÇÃO/INSTAGRAM/JC
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Claudio Medaglia
Claudio Medaglia
Segue dramática a situação das cheias no Rio Grande do Sul, onde a tendência é de que os rios ainda demorem alguns dias para começarem a baixar. Na live das 12h deste sábado, em seu perfil no Instagram, o governador Eduardo Leite alertou que, embora o volume de chuvas esteja diminuindo, o alerta segue ligado, principalmente para áreas próximas a cursos d’água.
Segue dramática a situação das cheias no Rio Grande do Sul, onde a tendência é de que os rios ainda demorem alguns dias para começarem a baixar. Na live das 12h deste sábado, em seu perfil no Instagram, o governador Eduardo Leite alertou que, embora o volume de chuvas esteja diminuindo, o alerta segue ligado, principalmente para áreas próximas a cursos d’água.
Desde segunda-feira (29/4), houve mais de 800 milímetros de precipitação sobre o Estado. Água que vem descendo pelos cursos e pode fazer submergir bairros inteiros.
O Rio Jacuí, por exemplo, já não respeita mais as curvas do leito e, em grande volume, passa por cima de áreas de Eldorado do Sul e Guaíba, com correnteza e força. E segue em sentido a Canoas, também muito atingida. Mesmo com diques de contenção, a estrutura não conseguiu segurar a natureza. Moradores do bairro Mathias Velho tiveram de evacuar a área, bastante afetada.
“Estamos com suporte de equipes resgatando pessoas em diversas localidades. Botes, lanchas, Jet-skis e aeronaves estão sendo utilizados. O Hospital de Pronto-Socorro de Canoas foi atingido pela água. O gerador colapsou. Estamos efetuando o resgate de pacientes”, informou Leite.
O governador voltou a alertar que não haverá como socorrer a todos que estiverem em áreas atingidas e a pedir que as pessoas abandonem essas regiões. São Leopoldo também foi muito atingida, além de Novo Hamburgo e Campo Bom, em alguns trechos. Porto Alegre, mesmo com sistemas de contenção, registra muitos alagamentos. A situação é crítica no entorno da Arena do Grêmio, na Fiergs e adjacências. Igualmente, a região das ilhas, o sul da Capital e Barra do Ribeiro.
Da Sala de Situação montada no Palácio Piratini, Leite explicou que o nível do Guaíba deve seguir oscilando em torno da marca de 5m pelo menos nos próximos três dias, antes de começar a baixar. E talvez demore até 10 dias acima dos 4m. Um prognóstico ruim na relação com a cheia de 1941, quando a água baixou mais rapidamente.
“Mas também pela Lagoa dos Patos, municípios da Costa Doce serão afetados, com a demora no escoamento. Mesmo sem chuva, a água vai subir por lá. É preciso fazer esse alerta para a região. É um cenário crítico. Busquem Defesa Civil e evacuem, se for a orientação”, disse o hidrólogo Pedro Camargo, ao lado de Leite.
E ainda há chuva para acontecer, nas regiões Norte e Nordeste e também no Centro do Estado, ao longo do final de semana, ainda que o volume esteja diminuindo, disse a meteorologista Cátia Valente.
“A extensão dos estragos é muito grande, em muitos lugares ao mesmo tempo. Faremos uma operação de guerra, com Forças Armadas, sociedade civil, empresas. Esforço para mitigação, para levar alimentos, água, abastecimento e medicamentos. Há dificuldade de energia também. E a chuva, ainda que pouca, atrapalha a recuperação de estruturas. E a situação dos ventos também é determinante. Estamos fazendo reparos em estrada, encostas, abrindo passagem. Há muita gente em campo, mas, ainda, muito a ser feito”, completou o governador.

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